Ricardo Albuquerque, que ingressou no MIM depois de ter terminado a licenciatura em Radiologia, em 2008, começando logo a exercer, considera que o PBL é o seu método de aprendizagem predileto. “Este modelo tem superado largamente as minhas expectativas, contudo, não me parece em nada menos trabalhoso que o método dito ‘clássico’, tão bem enraizado em Portugal”.
Outro fator muito importante para Ricardo Albuquerque é o background de cada um dos alunos: “todos os dias aprendemos com as experiências profissionais dos colegas (enfermagem, investigação, tecnologias da saúde, engenharias, etc.), o que enriquece, e muito, a nossa experiência final de aquisição de conhecimentos”.
“Tratar a parte e não o todo, não me satisfazia inteiramente.” Por isso, Joana Veloso Gomes, aluna do 4º ano, que já exercia a sua profissão, decidiu que não bastava ser psicóloga, queria ser médica. “O interesse e a curiosidade pela Medicina foram crescendo ao longo do meu percurso profissional, gostava de ser psicóloga mas sentia-me limitada quanto à possibilidade de resposta às necessidades dos pacientes”, explica.
Também Joana elege como ponto forte deste curso o PBL. “Aprendemos a estudar com autonomia, ‘guiados’ pelo nosso ‘comandante’ – o tutor – e a trabalhar em equipa, com os nossos colegas.” Outra componente importante centra-se na discussão de casos clínicos, um por semana, que “aborda as várias áreas do conhecimento, como a fisiologia, a clínica, a farmacologia, a anatomia, e permite-nos basear o nosso estudo num caso real, favorecendo a nossa motivação para encontrar respostas para os problemas que foram colocados na discussão do nosso grupo”.
Joana realça ainda o contacto com os pacientes logo no 1º ano, já que acompanham os utentes nas consultas dos centros de saúde, como um facilitador da aplicação prática dos conhecimentos que vão adquirindo durante a formação.
Em jeito de balanço, alunos do MIM defendem que, mais do que o desafio pessoal, este curso deve ser entendido como um desafio social.
Por seu lado, o reitor António Branco, em recente entrevista ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve, manifestou-se também muito satisfeito com a qualidade deste inovador Mestrado Integrado em Medicina, que a Universidade do Algarve começou a lecionar em 2009. «Há diplomados que estão já no Algarve a exercer. O que me dizem médicos com quem tenho falado é que não notam, do ponto de vista do que é essencial, diferença nenhuma entre os nossos diplomados em Medicina e os formados pela via tradicional. Pelo contrário, já ouvi médicos dizerem que há uma vantagem que notam: parece que os nossos diplomados têm uma atenção maior ao doente, o que era um dos objetivos deste tipo de formação. Esse objetivo parece que está a ser conseguido».
António Branco acrescentou que «o curso teve há pouco tempo uma avaliação, feita por uma comissão independente, presidida por um investigador português, o professor António Coutinho, onde todos os outros eram estrangeiros, que fez um elogio que até a mim me surpreendeu. O que eles deixaram no relatório que depois foi mandado para a agência que acredita os cursos é que o curso já tem qualidades excecionais e que há ali potencial a emergir que o poderá tornar um curso muito reconhecido internacionalmente e ao nível do melhor que se faz no mundo. Isso ainda não está conseguido, mas há caminho que está a ser feito se conseguirmos continuar a manter o nível de qualidade e de financiamento».
A acrescentar à qualidade do curso, ao longo do próximo ano de 2016 as aulas vão passar para o novo edifício de Medicina, no Campus de Gambelas, em Faro.