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«A proposta [de cortes no financiamento das Universidades] enviada à Assembleia da República, se for aprovada, impedirá a Universidade do Algarve de funcionar durante o ano de 2013», avisou o reitor da UAlg João Guerreiro.

O responsável máximo da universidade algarvia diz que os cortes que era possível fazer já foram feitos no passado e que nova diminuição de financiamento, que na UAlg será «superior a 12,5 por cento» em 2013, levará a uma situação de «incumprimento quase generalizado», nomeadamente no que toca ao pagamento de salários.

O anúncio foi feito aos jornalistas à margem da sessão de lançamento do projeto «Algarve 2020 – Uma Proposta Jovem», na quarta-feira, e reforçada por João Guerreiro em declarações a Sul Informação.

«As reduções de pessoal, as renegociações do custo dos serviços e a limitação de algumas despesas de funcionamento foram adotadas nos últimos anos. As iniciativas com esse fim estão esgotadas. Não podem, sobre elas, incidir novas reduções», assegurou o reitor da UAlg.

Dada esta realidade, a UAlg e de outras congéneres no país, acredita «que a Assembleia da República (AR) irá seguramente repor os cortes que, inesperadamente e muitos deles sem aviso prévio, foram introduzidos nas transferências do Orçamento de Estado».

Na quarta-feira, João Guerreiro já havia afirmado que «as universidades não são caixas de elástico ou caixas de borracha que podem ser comprimidas a bel prazer». Defendeu ainda que «há limites» e que estes foram superados pela proposta do Governo, que aconselhou a fazer «uma avaliação muito rigorosa das necessidades das universidades».

«Não vejo outra possibilidade senão repor os cortes cegos que foram anunciados na proposta de Lei do Orçamento. Recorde-se que as universidades no seu conjunto perderam, desde 2005 até 2013 (em 8 anos), cerca de 200 milhões de euros. Mas foram assumindo, paralelamente, compromissos que não faziam parte das suas atribuições, sem qualquer reforço orçamental», declarou, por outro lado, ao nosso jornal.

Segundo o reitor da UAlg, um corte como o que está previsto ser feito em relação ao ano passado – onde o corte atingiu os 8,5 por cento em relação a 2011- «necessita, para ser acomodado na situação financeira da Universidade, de pelo menos três anos», para permitir implantar medidas de médio prazo, nomeadamente «reformas entretanto concedidas, despesas renegociadas no final dos contratos e novas candidaturas a programas de apoio à investigação», entre outras.

«Apresentar no ano seguinte (2013), como proposta, um novo corte que, no caso da Universidade do Algarve, ultrapassa os 12,5 por cento, não pode ser aprovado [pela AR]. Como disse, essa proposta inviabilizaria o funcionamento global da Universidade, o que seguramente não está nos objetivos do Governo e da Assembleia da República».

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