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No Mercado de Faro, vendem-se hortaliças, pão, flores, peixe fresco… mas, e se fossem vendidas pessoas? Este é o ponto de partida para um vídeo made in ETIC_Algarve, que alerta para a problemática do tráfico de seres humanos. Começou por ser um trabalho escolar, mas o produto final promete despertar consciências para uma realidade que está mais próxima do que se pensa.

Filipe Pires, Hugo Figueiredo, João Carvalho, João Fonseca, Marcos Clímaco e Sabrina Ildefonso foram os formandos do curso de Realização que puseram em prática os conhecimentos adquiridos na ETIC_Algarve por uma boa causa.

Filipe Pires explicou ao Sul Informação como surgiu esta ideia que  já levou à criação de uma campanha de sensibilização .

«Lembrámo-nos de um dos temas que está mais em voga por estes dias, que é o tema dos refugiados, e, a partir daí, chegámos ao tráfico humano, que está relacionado, porque muitas dessas pessoas acabam exploradas a nível laboral», conta.

Mas, para Filipe Pires e para os restantes alunos do grupo, o tráfico humano é mais do que isso e está presente bem mais perto do que se julga. «Hoje em dia, o tráfico humano não é só “roubar” pessoas. Cruzamo-nos na rua com gente que sofre isto, sendo explorado laboralmente, trabalhando doze horas, sendo mal pago…».

Na elaboração do vídeo, que tem três versões, «tentámos esconder ao máximo o Mercado de Faro. Pensámos numa pessoa a entrar, com ar suspeito e, a certa altura, percebe-se que ela está num mercado de pessoas. É esse choque que pretendemos passar».

Apesar de este ser um trabalho escolar, o objetivo é ir mais além e mostrá-lo ao maior número de pessoas. «Este é um trabalho escolar e é esse o primeiro propósito, o de fazer um bom trabalho. Mas queremos ir mais longe e gostávamos que este vídeo aparecesse na televisão. Que fosse visto por outras pessoas, porque acabámos por abraçar esta causa. Gostámos do produto final e admito que ao vê-lo me arrepiei. Esperamos que alguém pegue no vídeo e o coloque na TV. Já contactámos a RTP, que disse não ter tempo para inserir, mas vamos insistir um bocado», revelou.

O filme foi rodado durante o mês de Abril e o Mercado de Faro transformou-se no “Mercado Humano” durante uma noite. «Começámos a gravar às 20h00, e prolongou-se até às três da manhã», conta Filipe Pires.

Segundo a ETIC_Algarve, este vídeo não constitui «somente um mero exercício curricular, os vídeos agora apresentados têm como objetivos alertar para um flagelo que ganha contornos globais, por se verificar não só em países menos desenvolvidos, mas também em países ditos civilizados, e demonstrar que, cada um de nós, tem um papel a desempenhar na definição e construção da sociedade em que vivemos, bastando para tal uma simples escolha: indiferença ou ação».

O filme tem três versões: uma de 1 minuto e 30 segundos (acima), uma versão de 1 minuto e outra, mais curta de 30 segundos.

 

Veja aqui as outras duas versões:

 

Versão de 1m00s:

 

Versão de 30s:

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