O deputado do Partido Socialista Miguel Freitas criticou ontem fortemente a extinção, decretada pela secretária de Estado do Turismo, do Centro Novas Oportunidades (CNO) da Escola de Hotelaria e Turismo de Faro que, à semelhança dos de Lisboa e Coimbra, deverá encerrar até ao fim do mês de janeiro.
“No Algarve, são 1.119 pessoas que iniciaram o seu processo de reconhecimento de competências ou de ação formativa e que ficam sem resposta devido a uma decisão precipitada, baseada exclusivamente no critério de contenção financeira”, critica Miguel Freitas que, juntamente com os outros deputados socialistas questiona hoje, na Assembleia da República, a secretária de Estado do Turismo sobre as razões que levaram à extinção dos três centros, à revelia da avaliação prometida pelo Governo do programa das Novas Oportunidades.
Miguel Freitas acusa Cecília Meireles de avançar com esta medida “de forma unilateral”, já que a avaliação ao programa anunciada pelo Governo definiria critérios de qualidade de funcionamento, para posterior determinação do eventual encerramento dos centros que não preenchessem os referidos requisitos.
No que se refere ao CNO de Faro, onde se deslocou ontem em visita de trabalho, Miguel Freitas manifestou-se indignado com a sua extinção, tendo em conta que este é o único CNO que faz reconhecimento profissional (RVCC) na área da hotelaria e turismo no Algarve (cozinha, mesa, bar e receção hoteleira) e o único com sede em Faro.
“O encerramento é duplamente penalizador, quer do ponto de vista setorial, quer para o concelho de Faro”, critica o deputado algarvio, que sublinha ainda o facto de, na última avaliação feita pela Universidade Católica, o CNO algarvio ter ficado em 2º lugar no ranking regional dos 19 Centros existentes.
“Estou profundamente indignado por esta decisão ter sido tomada em cima do joelho, colocando ainda em causa a vida de nove profissionais, entre coordenadores e formadores”, refere Miguel Freitas, realçando o facto de muitos destes profissionais, “a quem foi dado um mês para reorganizarem a vida”, trabalharem a recibos verdes, não tendo por isso qualquer proteção social.
“Estamos a falar de um centro com um orçamento de 180 000 euros, o que significa que cada processo concluído custa 180 euros, o que é compensador, já que este é um esforço necessário na formação da população ativa em Portugal”, acrescenta o também presidente da Federação do PS.
Para Miguel Freitas, a decisão da secretária de Estado “é o pior caminho a fazer, pois retira a capacidade de formação a um setor com baixos níveis de qualificação”.