A nova direção da Associação Académica da Universidade do Algarve anunciou esta terça-feira, em conferência de imprensa, que descobriu um passivo de 400 mil euros nas contas da AAUAlg.
Face a esta «grave» situação financeira da Associação, os novos corpos diretivos vão pedir uma auditoria externa para analisar as origens e os contornos exatos do rombo nas contas, bem como para avaliar os serviços da AAUAlg que são deficitários.
No encontro mantido esta terça-feira com os jornalistas, o tesoureiro da AAUAlg Eduardo Almeida confessou que este «não é o cenário que [a nova direção] desejava, mas aquele que encontrou», mas reafirmou o objetivo assumido pela sua candidatura de reequilibrar as contas da associação.
O caminho para o saneamento e estabilização das contas da associação passa pela contração de um empréstimo de 350 mil euros, que foi fechado «na passada semana, após um esforço final das entidades envolvidas».
Esta negociação começou em julho passado, por iniciativa da anterior direção geral liderada por Guilherme Portada, mas só agora foi possível garantir o empréstimo a quatro anos.
Com este montante, a AAUAlg vai pagar as dividas mais prementes, nomeadamente a fornecedores. Os 47 funcionários da AAUAlg, que tem também uma relevante componente empresarial, foram entretanto ressarcidos das remunerações em atraso. «Pagámos na passada semana os valores devidos pelo subsídio de Natal de 2011 e parte do mês de dezembro. Ontem regularizámos o pagamento de janeiro a todos os funcionários», adiantou o tesoureiro.
O próximo passo é solicitar uma auditoria externa, que «clarifique toda a situação», revelou o presidente da AAUAlg Pedro Barros. «Queremos apurar as situações menos boas do passado, para podermos ter um futuro sustentável», referiu. Uma medida aprovada não só pela direção geral, mas também pelo Conselho Fiscal e pela Mesa da Assembleia Magna da AAUAlg, cujos responsáveis marcaram presença na Conferência de Imprensa.
Quanto às causas do passivo, Pedro Barros prefere esperar pelos resultados da auditoria. Uma tomada de posição que também é válida para a última edição da Semana Académica (SA), que a anterior direção já havia admitido que deu prejuízo. «Sabemos que a SA corresponde a grande parte do orçamento anual, mas não sabemos dizer se é a responsável pelo valor do passivo», disse Pedro Barros.
A análise às contas da AAUAlg vai incidir em todos os mandatos ocorridos desde a última vez que um documento deste género foi solicitado, «em 2007». Ou seja, também vão ser auditados os dois primeiros mandatos de Pedro Barros (2007 e 2008) e o mandato de Eduardo Almeida (2009), atualmente presidente e tesoureiro da AAUAlg, para além dos dois de Guilherme Portada (2010 e 2011).
«Nesta auditoria também será feita uma análise a todos os serviços. Nós já tínhamos a noção que era necessária uma reestruturação», mas o documento vai ajudar, disse Pedro Barros. «Mas vamos fazer todos os esforços para manter todos os serviços e funcionários», adiantou.
Pedro Barros afirmou ainda que terá «todo o gosto» em tornar públicos os resultados desta auditoria, que estima que poderá levar «dois ou três meses» a ser concluído, embora não dê garantias de prazos.
No ano em que a AAUAlg vai celebrar os 15 anos, Pedro Barros deixou claro que «é importante ter dados concretos para dar a estabilidade necessária à associação, para que haja mais 15 anos».
Guilherme Portada diz não temer resultados da auditoria
«Quem não deve, não teme!». Foi desta forma que Guilherme Portada reagiu ao anúncio dos seus sucessores na Direção Geral da AAUAlg de que vão solicitar uma auditoria para apurar as causas do passivo de 400 mil euros que encontraram na coletividade.
Quanto aos valores da dívida, Guilherme Portada prefere «refletir um pouco antes de falar sobre o assunto». O ex-presidente da AAUAlg assistiu à conferência de imprensa desta manhã, na condição de aluno da instituição e falou com os jornalistas presentes à margem da sessão.
(atualizado às 12h45)