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Grupos de investigação de topo vindos de 33 países, representando os cinco continentes, estiveram reunidos de 5 a 8 de Maio na Universidade do Algarve, no 17º Simpósio Internacional Pollutant Responses in Marine Organisms (Primo 17). Ao todo, o evento mobilizou mais de 400 investigadores.

Esta é a primeira vez que este espaço internacional de troca de conhecimento e de criação de sinergias vem a Portugal. O evento está a ser organizado pelo Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) e é coordenado pela professora Maria João Bebiano, que tem desenvolvido um extenso trabalho de investigação nesta área científica, assim como outros investigadores do CIMA.

«Primo 17 é relativo a efeitos poluentes em organismos marinhos. Não se restringe à parte marinha, são também os de água doce», explicou Maria João Bebiano.

Inicialmente promovido por investigadores norte-americanos e ingleses, o simpósio depressa despertou a atenção e interesse da demais comunidade científica que se dedica a estudar esta área. «Esta conferência reúne-se a cada dois anos e, na última, em Los Angeles, nos Estados Unidos, foi decidido que esta edição se iria realizar em Portugal e no Algarve, em vez da Noruega, o outro país candidato», acrescentou.

«Dizia-me um colega aqui da universidade há bocado, que não conhecia esta organização, que estava surpreendido por alguém se atrever a apresentar o top da ciência. Ele estava super entusiasmado com isso», ilustrou.

A investigadora e docente da UAlg, que foi pela primeira vez a um simpósio Primo em 1989, realçou a importância que esta iniciativa tem para «a afirmação do Algarve na área do Mar», bem como a oportunidade que representa não só para os investigadores da universidade algarvia, mas das outras academias portuguesas presentes, de mostrar a investigação de ponta que realizam.

«Esta conferência abrange uma ampla gama de problemas ambientais que preocupam a comunidade cientifica, como a acidificação dos Oceanos, resultante das alterações climáticas, os efeitos de contaminantes no Mar, das nanopartículas, que já se usam na roupa, e dos fármacos, bem como dos filtros ultra-violetas e os seus impactos, aquilo que as pessoas usam como bronzeadores e depois passa para a água e acumula nos organismos aquáticos e marinhos, o que pode ter uma série de consequências», enquadrou Maria João Bebiano.

Também estiveram em foco «um conjunto de substâncias que, misturadas ou individualmente, podem alterar o sistema endócrino [segregação de hormonas] dos peixes e, indiretamente, do homem». No fundo, está em jogo não apenas a biodiversidade mas, em muitos casos, a saúde pública.

O CIMA tem estado muito ligado a várias das áreas que foram focadas. «Nós aqui apresentámos um estudo usando linhas celulares para identificar contaminantes nos sedimentos [Rio Arade e Guadiana]. Também apresentámos o efeito dos fármacos em forma de misturas. E outra linha de investigação que apresentámos foi uma tese de doutoramento recentemente discutida, sobre o efeito das nanopartículas em ambiente marinho. Conhece-se muito pouco que efeito podem ter no ambiente e nós aqui já estudámos o efeito de algumas delas, até ao nível da proteómica, que é uma tecnologia de última geração», explicou.

No simpósio, além de discutir os problemas existentes, há um grande enfoque na «procura de soluções». E, muitas vezes, isso passa pela criação de plataformas de investigação internacionais. «Têm sido lançados ao longo desta reunião os últimos conhecimentos, que depois dão origem a colaborações entre grupos científicos de vários países», disse.

O maior contingente de investigadores, como seria de esperar, é português, com «as Universidades de Aveiro, do Porto, de Lisboa e muitos centros de investigação do país» representados. A Espanha, os Estados Unidos, a Espanha, a França, a Noruega e o Brasil também estiveram muito representados na Primo17.

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