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CaméliasUma exposição e concurso, um mercado, um concurso de fotografia, uma rota para ser percorrida a pé, uma mostra de artesanato e ainda workshops para miúdos e graúdos. Todas estas atividades vão decorrer em Monchique no próximo fim de semana de 21 e 22 de Março e têm como denominador comum uma flor delicada e de beleza invulgar: a camélia.

Trata-se da primeira edição do Festival das Camélias de Monchique, promovido pela Câmara Municipal deste concelho serrano, cujo presidente, o autarca Rui André, é ele próprio um grande apreciador destas flores. «No meu jardim já tenho vinte e tal, trinta variedades de camélias», revelou ao Sul Informação.

Motivo de inspiração de poetas, compositores e dos artistas em geral, as camélias possuem um simbolismo muito próprio. Esta flor, sem cheiro, mas de uma perfeição inigualável, prima pelo seu encanto e beleza natural, expressa também através das suas variadas formas, cores e tons.

«Quando pensamos em camélias, rapidamente somos transportados para o imaginário do romance, do requinte dos jardins históricos junto aos lagos, nos bancos e a envolver as estátuas de granito e, por isso, falar de camélias é também conhecer lendas e tradições, e neste caso, conhecer a cultura de um local», explica a autarquia.

«Em Monchique, conhecido como o Jardim do Algarve, sempre houve muitas camélias», diz Rui André. A camélia (Camellia japonica), uma planta oriunda da Ásia, provavelmente da China, precisa do tipo de clima, solo e água que, a Sul de Sintra, só na Serra de Monchique se encontra.

«No Norte do país, já há uma grande tradição no cultivo das camélias, há muitos colecionadores e feiras. No Porto, por exemplo, está agora a haver a 21ª esposição. Em todo o país, há seis ou sete eventos relacionados com as camélias. Mas a Sul de Sintra não havia nada. Por isso, e pela tradição que a camélia tem aqui em Monchique, estou esperançado que este evento ganhe dimensão, no futuro», acrescenta o autarca, em declarações ao Sul Informação.

festival das caméliasRui André sublinha que, para este 1º Festival, «fizemos um inventário preliminar das camélias que existem no concelho», revelando a existência de largas dezenas, senão centenas de exemplares, em espaços públicos e jardins particulares.

«Há casas antigas, ou mesmo o Convento, que têm árvores enormes, se calhar com centenas de anos. Teremos depois de tentar descobrir a origem de algumas destas plantas mais antigas, quem as plantou e quando. Há aqui todo um mundo a descobrir», diz Rui André, com entusiasmo.

No âmbito do 1º Festival de Camélias de Monchique, no sábado, primeiro dia de Primavera e também Dia da Árvore, serão plantadas cameleiras nos jardins municipais e espaços públicos, para «dar o exemplo» e «aumentar a lista de atrativos do nosso concelho».

No Festival, que terá uma área de exposição e concurso, irão participar «as pessoas de cá», nomeadamente o Senhor Silva, que é um grande colecionador de camélias, a Família Mascarenhas ou a Santa Casa da Misericórdia. Mas haverá anda outros cultivadores privados, que terão um pequeno espaço para expor as suas belas camélias. A tarefa mais difícil será a do júri que terá de eleger os melhores exemplares.

«Procurei que neste festival tudo tivesse a ver com a camélia e desafiei as pessoas nesse sentido. Por exemplo, desafiei a Associação de Artesãos a produzir coisas só com camélias. E assim haverá camélias em barro, em cabedal, rendas com camélias, doces com a forma desta flor».

O evento culmina com um momento musical pela Academia de Música de Lagos, em simultâneo com uma degustação de chá e doces.

Rui André acrescenta que «esta é uma iniciativa que pretende também valorizar a oferta turística da região, uma vez que é nesta altura do ano que florescem as bonitas camélias, numa altura em que existem menos atrativos, sendo por isso, mais uma forma de combater a sazonalidade e aumentar a oferta».

«Num verdadeiro hino ao património natural e cultural do concelho, este evento pretende afirmar mais um elemento diferenciador deste concelho, um atrativo muito especial e, acima de tudo, uma parte indissociável da identidade local que agora se pretende valorizar com este evento, uma vez que a Sul do país, só mesmo em Monchique é possível observar estas plantas tão apreciadas», salienta a Câmara Municipal.

«A organização deste festival, que envolve muitas pessoas de Monchique na Comissão Organizadora, está a dar-me muito gozo», confessa o autarca. «É muito importante trazer para a luz do dia este tema. Há muita gente a gostar de camélias, mas não havia uma partilha de informação. Com isto também pretendemos criar um grupo de interesse e de discussão que pode resultar em coisas muito interessantes no futuro», conclui o edil monchiquense.

Este evento conta com o apoio da Região de Turismo do Algarve, da Associação Portuguesa das Camélias e da International Camellia Society.

 

festival das camélias 21º Festival de Camélias de Monchique
21 e 22 de Março
Parque de S. Sebastião

Dia 21- sábado
» 09h00
– Montagem da Exposição de Camélias pelos expositores

» 10h00
– 1º Concurso de Fotografia “Camélias de Monchique”
Ponto de encontro: 09h30 – Parque de S. Sebastião
Inscrições abertas até dia 16 de Março
Regulamento disponível em www.cm-monchique.pt

» 11h00
– Abertura ao público da Exposição de Camélias

» 11h00-19h30
– Exposição e Concurso “Camélias em flor – encanto e beleza natural”
– Mercado das Camélias
– Mostra de Artesanato, pela Associação Profissional de Artesãos e artistas plásticos de Monchique

» 11h00
– Workshop “Aprenda a cultivar Camélias”
Aprenda técnicas básicas para cultivar camélias e outros cuidados a ter na manutenção desta planta
Público-alvo: população em geral | Número máximo de participantes: 15
Inscrições abertas até dia 16 de Março

» 15h00
– Cerimónia de Entrega de Prémios do Concurso “Camélias em Flor – encanto e beleza natural”

» 16h00
– Ação de plantação de Camélias nos jardins da Vila

Dia 22 – domingo
» Rota das Camélias
Parta à descoberta das camélias que, em ambiente natural e em jardim privado, vão conduzi-lo por percursos exuberantes, tendo como cenário a fantástica serra de Monchique.
Ponto de encontro: 09h30 – Parque de S. Sebastião
Inscrições abertas até dia 16 de Março

» 10h00-19h30
– Exposição e Concurso “Camélias em flor – encanto e beleza natural”
– Mercado das Camélias
– Mostra de Artesanato, pela Associação Profissional de Artesãos e artistas plásticos de Monchique

» 15h30
-Workshop “Nós e as Camélias”
Criar e inventar são as palavras de ordem para este workshop. Convidamos todas as crianças a participar no workshop e a divertirem-se na nossa companhia.
Público -alvo: crianças dos 3 aos 12 anos
Inscrições abertas até dia 16 de Março

» 17h00
– Momento Musical pela Academia de Música de Lagos
– Workshop «Chá de Camellia sinensis», seguido de degustação de chá e doces
Público-alvo: população em geral | Número máximo de participantes: 15
Inscrições abertas até dia 16 de Março

Todas as atividades têm participação gratuita
Para mais informações e inscrições contacte:
Câmara Municipal de Monchique – Gabinete de Comunicação e Imagem
282 910 218 | infos@cm-monchique.pt

 

Algumas curiosidades sobre as camélias:

festival das camélias 3A enigmática beleza do Oriente
Foram os descobridores portugueses que trouxeram esta preciosa planta da China, abrindo assim caminho a uma proliferação por todo o país e também por Espanha.
Séculos depois, a camélia constitui um importante elemento da paisagem, tendo sido na sua maioria plantada em belos jardins senhoriais, alimentando e iluminando a paixão e a alma das famílias e também deste local a que também carinhosamente chamamos Jardim do Algarve.

Jardins de Camélias
A camélia (Camellia japonica), também conhecida como japoneira, é da mesma família da planta do chá (Camellia sinensis). Sabe-se que em 1735, os chineses, para proteger o segredo do chá que produziam, ofereciam aos seus visitantes esta flor, cujas folhas são muito parecidas às do chá, mas que não davam bom sabor à água fervida e logo não serviam para fazer chá.

Mesmo assim, os ingleses, empenhados em conhecer o segredo dos chineses, não desistiram e descobriram que, nos barcos onde se consumia chá, descia notavelmente o risco de escorbuto – soube-se depois que isso era devido à existência de vitamina C, algo que os navegantes chineses sabiam há séculos.

E enquanto ingleses e holandeses se aplicavam a estudar com entusiasmo as propriedades das folhas, as flores desbotadas viajavam a bordo dos seus barcos desde Londres ou Lisboa. Foi aí que foram rebatizadas e passaram a chamar-se camélias, em honra a um missionário jesuíta, sendo que também por esta via passaram a difundir-se até à Galiza.

Mais tarde, a camélia passou a ser vista como um símbolo da elegância e, por isso, passou a embelezar os jardins mais nobres das cidades e vilas, como Monchique, onde ainda hoje se podem observar muitos exemplares desta espécie.

sulinformacao

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