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Em 1712, foi inaugurada uma nova Igreja em Faro, dedicada a Nossa Senhora do Carmo. Hoje, o templo é uma referência da cidade e um dos seus elementos patrimoniais mais conhecidos. As comemorações dos 300 anos da Igreja do Carmo começam esta semana e continuam até dia 22 deste mês.

No sábado, o barítono Rui Baeta, acompanhado pelo organista António Esteireiro, vão protagonizar um espetáculo de Música Sacra. A igreja farense alberga um órgão histórico e tem sido, com a Sé de Faro, um dos locais escolhidos para acolher o Festival de Órgão do Algarve.

Esta será a primeira de três iniciativas marcadas para fevereiro pela Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Faro, que foi fundada há mais de três séculos e que teve como uma das primeiras atribuições construir e gerir a então nova Igreja farense.

O ponto alto das comemorações acontece a 22 de fevereiro, dia em que o Bispo do Algarve D. Manuel Quintas irá celebrar a eucaristia na Igreja do Carmo e em que será descerrada uma lápide evocativa do 300º aniversário.

Um dia antes, a 21 de fevereiro, o templo irá acolher uma palestra que será proferida pelo historiador de arte Francisco Lameira, seguindo-se uma atuação do Grupo Coral Ossónoba.

A Igreja do Carmo é visitável de segunda a sexta-feira entre as 10 e as 17 horas, ao sábado entre as 10 e as 13 horas, e ao domingo na eucaristia dominical que se celebra às 8h30.

No primeiro sábado de cada mês, pelas 21 horas, é promovida uma oração mariana e no primeiro domingo do mês, após a eucaristia, um encontro de formação.

Além dos aspetos arquitectónicos e patrimoniais, a Igreja do Carmo de Faro também é muito conhecida pelos muitos ninhos que as cegonhas ali constroem há muitos séculos. A imagem da cegonha no topo das torres sineiras é já uma marca de Faro e foi durante muito tempo um dos elementos centrais no material de comunicação da autarquia farense.

 

D. António Pereira da Silva fundou a Ordem em 1710

A Ordem que ainda hoje é responsável pela gestão da Igreja do Carmo foi fundada pelo então Bispo do Algarve D. António Pereira da Silva, «grande devoto de Nossa Senhora do Carmo, que viu na espiritualidade carmelita um meio adequado para melhor evangelizar os seus diocesanos, particularmente os residentes na cidade episcopal», segundo revela o diácono Luís Seabra Galante, presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Ordem no site da instituição.

«O nosso Sodalício de Faro foi fundado entre 1710 e 1712 pelo Bispo do Algarve D. António Pereira da Silva, que foi o seu primeiro Prior e Protetor, tendo a Ordem, sob o impulso inicial daquele Prelado diocesano, comprado os terrenos da horta de São Pedro, para neles edificar a bela igreja de estilo barroco, onde temos a nossa sede, inegavelmente uma das mais belas edificações religiosas de Faro, do Algarve e do Sul de Portugal», continuou.

«Nela poderemos apreciar a bela talha dourada dos seus altares, os magníficos azulejos das suas paredes, a famosa “capela dos ossos” e o cemitério da Ordem, onde os irmãos eram sepultados até à primeira década do século XX», acrescenta.

Os primeiros membros da Ordem do Carmo foram cavaleiros dos séculos XI e XII que fundaram a instituição religiosa na Terra Santa durante as Cruzadas. Uma das principais referências da Ordem em Portugal é Nuno Alvares Pereira, o Santo Condestável.

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