O fogo começou numa zona de pasto, mas depressa alastrou às viaturas da rent-a-car Zitauto, que estavam estacionadas, em depósito, num terreno nas traseiras da Direção Regional de Agricultura, no Patacão (Faro). Em poucos minutos, 40 automóveis foram afetados pelas chamas.
Jorge Perestrelo, que trabalha na Direção Regional de Agricultura, viu o início do incêndio e contou aos jornalistas que começou com «uma pequena chamazinha no pasto», passou para «fumo e labaredas» e, «quando cheguei ao local, dez minutos depois, já se ouvia rebentamentos nos automóveis».
De acordo com esta testemunha, aquele estacionamento é apenas utilizado durante a época baixa e, «no Verão, está completamente vazio de carros».
Mas para já ainda não estava e o fogo causou avultados danos à rent-a-car algarvia Zitauto. O prejuízo só não foi maior porque várias pessoas auxiliaram os responsáveis da empresa, conduzindo viaturas para longe das chamas.
Abel Gomes, 2º Comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro, adiantou, no local, que ainda não são conhecidas as causas do incêndio, mas um fogo «que se inicie num veículo tem uma propagação muito rápida e, se tiver combustível anexo, as chamas propagam-se com mais velocidade».
Além da velocidade de propagação das chamas, os bombeiros tiveram de enfrentar outro problema: «as dificuldades no acesso». O Sul Informação constatou que, para os carros dos bombeiros conseguirem chegar ao local do incêndio, a vedação do terreno teve de ser destruída.
Um dos bombeiros que esteve no combate às chamas ficou ferido sem gravidade, foi assistido pelo INEM no local, mas Abel Gomes explicou que «não foi devido ao incêndio em si, sofreu um entorse e teve de ser levado para o hospital».
Pela frente dos bombeiros, estão ainda várias horas de trabalho, uma vez que segundo o responsável, «os trabalhos de rescaldo são demorados», neste tipo de situação.
O alerta para este incêndio foi dado às 14h18 e estiveram no local 51 bombeiros, de seis corporações, apoiados por 18 veículos, GNR e INEM.
Armando Santana, presidente da ARA – Associação de Empresas de Rent-a-Car do Algarve, contactado pelo Sul Informação, não quis estabelecer comparações entre os dois casos.
«Ainda ninguém sabe o que se passou. No que afetou o parque da Luzcar, há dois anos, terá sido alguém que tentou roubar combustível. Mas, desta vez, à hora que foi e com pessoas lá, esta possibilidade é pouco provável. Não seria a primeira vez que um curto-circuito num carro novo causava um incêndio», considerou.
Os automóveis estavam depositados num terreno agrícola com pasto à volta, algo que ajudou à propagação do incêndio. Armando Santana reconhece que é um problema, mas «a única coisa que nós, enquanto associação, podemos fazer é sensibilizar as autoridades para que se gerem sinergias, de modo a criar mais condições de segurança».
Ainda assim, conclui, «mesmo num parque pavimentado, no caso de haver um curto circuito, não deixaria de ocorrer o incêndio, embora pudesse não alastrar da mesma forma. O que é preciso é que o setor público e privado se juntem para encontrar uma solução» para o parqueamento dos veículos das rent-a-cars.
Fotos: Ana Madeira|Sul Informação