O ex-treinador do Olhanense Abel Xavier deu esta tarde uma conferência de imprensa onde teceu críticas ao modelo de gestão do Olhanense e esclareceu que a decisão de sair do clube partiu dele.
Acompanhado pelos dois treinadores adjuntos, Abel Xavier explicou que «quem saiu do clube fui eu. Apresentei um pedido de demissão à SAD pois não estavam reunidas as condições para um exercício pleno de funções».
O ex-internacional português disse ainda que a nível de resultados «todos os objetivos continuam intactos. Se alguém puder justificar que fui despedido face aos resultados, sendo que ainda há aspirações na Taça de Portugal, esperava uma vitória na Taça da Liga e penso que tenho o segunda melhor entrada no campeonato de sempre… Mas se a estrutura entende que o projeto do Olhanense tem a Liga Europa como objetivo, não posso ser treinador, não posso pactuar com determinadas situações internas».
«A SAD foi constituída de uma forma bicéfala e enganosa. É uma situação que deve ser totalmente esclarecida para que os adeptos possam perceber as decisões tomadas que prejudicam a equipa. A posição de Isidoro Sousa não é tranquila. É um homem com 40 anos de gestão e é sensível quando perde totalmente o controlo da equipa. Em muitos aspetos e decisões, como em relação à mudança do estádio, não passou por ele, não teve conhecimento. Perdeu a maioria e o poder de decisão. Quando cheguei ao clube, ele não sabia da minha contratação e eu disse-lhe “Eu sei que não sou o seu treinador, mas neste momento sou treinador do Olhanense e conto com o seu apoio”», detalhou.
Em relação ao futuro do clube, Abel Xavier antevê dificuldades: «a gestão bicéfala é difícil e gera contrariedades e limitações. Há uma tarefa difícil pela frente. Espero que algumas situações sejam retificadas e haja capacidade para encontrar soluções para que não surjam mais dossiês como o do Estádio José Arcanjo, que espero que possa ser alterado e que a equipa possa jogar novamente em Olhão».
O ex-treinador foi particularmente cáustico em relação ao diretor-geral da SAD Miguel Pinho que, para Abel Xavier, «não tem competências para ocupar o cargo».
