O Orçamento Municipal de Silves foi finalmente aprovado no dia 21 de junho, após a decisão dos vereadores do PS de se absterem naquela que foi a quinta reunião de câmara para tentar aprovar o documento.
Desta vez, o Orçamento acabou por ser aprovado com os votos favoráveis da presidente da Câmara e dos dois vereadores social-democratas, a abstenção dos três vereadores do PS e o voto contra da vereadora da CDU.
Na reunião anterior, no dia 4 de junho, os quatro vereadores da oposição (PS e CDU) tinham abandonado a reunião de Câmara, no momento em que se preparava a discussão e votação do Orçamento para 2012 da autarquia de Silves.
Desta vez, os socialistas explicam, em comunicado a que o Sul Informação teve acesso, que, «para que não prejudiquem mais o concelho, cedemos».
«Algo, teria que ser feito, a bem do concelho e fizémo-lo. Não podíamos continuar a sustentar a teimosia persistente de quem ainda manda na Autarquia, que mais não visa com essa atitude, do que camuflar os seus erros e o seu despesismo, empurrando para os outros a responsabilidade da sua gestão, escondendo-se na falta do Orçamento para não honrar os compromissos que assume, e assim responsabilizar a oposição», acrescenta o PS silvense.
Depois da recusa em votar o Orçamento no passado dia 4, os socialistas salientam que a presidente da Câmara, a social-democrata Isabel Soares, voltou «a agendar o mesmo orçamento, sem alterações, numa postura de perpetuação da presente situação, com a arrogância de que já nos habituou e falta de respeito pelos restantes vereadores».
O PS considera que Isabel Soares «recusou as nossas propostas para impor a sua vontade. Não foi, nem é capaz de obter os consensos que o Concelho necessita nesta hora de grandes desafios e tormentos. Negou as propostas de quem democraticamente também foi eleito em representação daqueles que não partilham a opinião nem a visão do executivo permanente PPD/PSD para o futuro de Silves, mas que sempre estiveram disponíveis para procurar soluções. Castiga, quem se lhe opõe. Desvaloriza as dificuldades que as Instituições humanitárias, atravessam, compromete a sustentabilidade das associações culturais e desportivas, alheia-se dos problemas financeiros das Juntas de Freguesia, que não recebem mas continuam a proceder a trabalhos de limpeza urbana, mercados, cemitério e caminhos…tudo competências da Câmara Municipal».
Por isso, sublinham os socialistas no comunicado, «perante o exposto, em nome da nossa coerência, devíamos votar contra. Porém temos que ser só nós pensar no Concelho já que o Executivo PSD não o quer fazer».
Mas o PS deixa «bem claro perante todos os nossos concidadãos que este não é um orçamento que honra o concelho em que vivemos, e que se não fosse as circunstâncias de aperto das instituições e Juntas de Freguesia continuaríamos a votar contra. Mas alguém tem que ser responsável».
Comunicado do PS na íntegra:
«Caro Munícipe,
Para que não prejudiquem mais o Concelho, cedemos.
Na reunião camarária de ontem, permitimos com a nossa abstenção que a Câmara Municipal tivesse o seu Orçamento.
Algo, teria que ser feito, a bem do Concelho e fizemo-lo. Não podíamos continuar a sustentar a teimosia persistente de quem ainda manda na Autarquia, que mais não visa com essa atitude, do que camuflar os seus erros e o seu despesismo, empurrando para os outros a responsabilidade da sua gestão, escondendo-se na falta do Orçamento para não honrar os compromissos que assume, e assim responsabilizar a oposição.
No passado dia 4 de Junho, os vereadores do PS, foram confrontados com mais do mesmo, numa postura arrogante do Executivo Permanente PSD que apresentou pela terceira vez o mesmo orçamento para o ano de 2012, sabendo antecipadamente que seria rejeitado, o que cada vez mais, estamos convencidos que pretendiam.
Vimo-nos assim obrigados a denunciar tal situação com a nossa saída da sala.
Esperávamos que houvesse bom senso da parte do Executivo Permanente. Mas não. Voltaram a agendar o mesmo orçamento, sem alterações, numa postura de perpetuação da presente situação, com a arrogância de que já nos habituou e falta de respeito pelos restantes vereadores.
Recusou as nossas propostas para impor a sua vontade. Não foi, nem é capaz de obter os consensos que o Concelho necessita nesta hora de grandes desafios e tormentos.
Negou as propostas de quem democraticamente também foi eleito em representação daqueles que não partilham a opinião nem a visão do executivo permanente PPD/PSD para o futuro de Silves, mas que sempre estiveram disponíveis para procurar soluções.
Castiga, quem se lhe opõe. Desvaloriza as dificuldades que as Instituições humanitárias, atravessam, compromete a sustentabilidade das associações culturais e desportivas, alheia-se dos problemas financeiros das Juntas de Freguesia, que , não recebem mas continuam a proceder a trabalhos de limpeza urbana, mercados, cemitério e caminhos…tudo competências da Câmara Municipal.
Perante o exposto, em nome da nossa coerência, devíamos votar contra.
Porém temos que ser só nós pensar no Concelho já que o Executivo PSD não o quer fazer.
E vemos:
1- A maioria das nossas Juntas de Freguesia atravessar grandes dificuldades financeiras, estando mesmo algumas já impedidas de honrar os seus compromissos salariais com os respectivos funcionários, com a agravante doo Executivo PSD se recusa a fazer as transferências devidas a estas entidades. O que para nós é inaceitável, e moralmente repugnante que envolvam Pessoas e Famílias nesta chantagem política;
2- Os delicados problemas das associações humanitárias que dependem muitas delas do apoio financeiro da Câmara para continuar a prestar exemplarmente os serviços de apoio à nossa Comunidade, com maior incidência aos mais desfavorecidos, verificando-se que uma vez mais a Sra Presidente mostra a sua total insensibilidade para com estas instituições, ainda mais após as reduções financeiras impostas pelo Governo da República;
3- A situação aflitiva das nossas associações culturais e desportivas que tanto tem feito pela formação e entretenimento dos nossos concidadãos, que preparam o futuro dos nossos filhos e ajudam a amenizar a velhice dos nossos pais, muitas delas correndo os risco de fechar portas, por não conseguirem honrar os seus compromissos;
4- Os serviços municipais (viaturas, obras, etc…) inoperacionais pela teimosia deste Executivo que nos desgoverna.
5- Os pequenos fornecedores da Autarquia a agonizar, perante o atraso nos pagamentos, comprometendo-se a sua própria existência, e por essa via empobrecendo o Concelho.
Por todas estas razões e porque somos a solução para o problema que outros criaram, na última reunião de Câmara, abstivemo-nos deixando que o Orçamento de 2012 fosse aprovado.
Queremos contudo deixar bem claro perante todos os nossos concidadãos que este não é um orçamento que honra o concelho em que vivemos, e que se não fosse as circunstâncias de aperto das instituições e Juntas de Freguesia continuaríamos a votar contra. Mas alguém tem que ser responsável…
Será sempre o interesse do Concelho que nos move.
Com os melhores cumprimentos
Silves, 21 de Junho de 2012
Os Vereadores do Partido Socialista»