Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

A necessidade de «defender o interesse público», bem como as «insuficiências detetadas no processo de avaliação de impactes» são a justificação para as organizações ambientais que integram a Plataforma dos Amigos da Lagoa dos Salgados avançarem com o pedido de nulidade da deliberação camarária que autoriza a execução do Plano de Pormenor da Praia Grande e o pedido de anulação da Declaração de Impacte Ambiental junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé.

É que, segundo a Plataforma, «as decisões tomadas pela administração central e local em relação ao Plano de Pormenor da Praia Grande não consideraram todos os factos e não foram fundamentadas por informação sólida», motivando assim a recente interposição de duas ações no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé.

Em comunicado divulgado hoje, a Plataforma – que integra as associações de defesa do ambiente SPEA, A Rocha, Liga para a Proteção da Natureza, Quercus, Geota e Almargem – considera que a emissão da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) “favorável condicionada” para a unidade de execução 1 do Plano de Pormenor da Praia Grande (PPPG) pelo secretário de Estado de Ambiente foi «um duro revés para a Lagoa dos Salgados e toda a área natural existente entre Armação de Pêra (Silves) e Albufeira».

«Com esta decisão, os interesses particulares foram colocados acima do interesse público, permitindo o avanço de um projeto megalómano, mesmo sabendo que este traz graves prejuízos ambientais irreversíveis», acrescenta a Plataforma, no comunicado enviado às redações.

Para as seis associações, «foram alegados benefícios para a economia e para o desenvolvimento regional com a criação de postos de trabalho, mas não existe nenhuma fundamentação da viabilidade económica que demonstre a sustentabilidade do que se afirma».

Por outro lado, insistem, «além da falta de fundamento, insistiu-se em tomar decisões alheadas dos instrumentos de ordenamento do território».

É que, sublinham, «o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL) reconhece o valor ambiental da Praia Grande como corredor ecológico e a importância da sua proteção», no entanto, «esta importante função será destruída pelo mega-projecto turístico tal como está planeado atualmente».

Tendo em conta estes pressupostos, as associações signatárias da ação em tribunal acreditam que «é necessário decidir melhor e é possível decidir melhor!».

Tal como o Sul Informação revelou em primeira mão, na semana passada a Câmara de Silves decidiu que vai contestar as ações judiciais que as seis associações ambientalistas entregaram, apesar de o executivo permanente, liderado por Rosa Palma, ter votado pela não contestação. Na deliberação tomada em Reunião de Câmara, que teve lugar na quarta-feira, valeram os votos dos eleitos pelo PS e PSD, em maioria naquele órgão.

O projeto previsto para a única área do litoral do concelho de Silves ainda não construída motivou uma petição online contra o mega empreendimento da Praia Grande, que recolheu mais de 30 mil assinaturas, e foi entregue, pela Plataforma dos Amigos da Lagoa dos Salgados, em 8 de janeiro de 2013 ao então Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.

Foi na sequência dessa petição, de duas manifestações junto à Lagoa dos Salgados, e da polémica que logo surgiu na comunicação social contra o projeto que a Secretaria de Estado do Ambiente decidiu submeter o projeto turístico a avaliação de impacte ambiental. Mas a DIA acabou por ser favorável ao projeto, embora com condicionantes.

 

sulinformacao

Também poderá gostar

Gonçalo Gomes

12 passas do Algarve

2018. Ano que, graças às capacidades redentoras daquele segundo mágico que separa o 31

Sul Informação

Novo regulamento de Taxas e Licenças Municipais de Silves entra em vigor a 19 de Julho

O novo regulamento de Taxas e Licenças Municipais de Silves entra em vigor a

Sul Informação

Amarelinho vai até «às últimas instâncias» para provar que não cometeu crime no caso de Vale da Telha

José Amarelinho, presidente da Câmara de Aljezur, recorreu do acórdão do Tribunal da Relação