A greve de dez dias de pilotos da TAP, que deverá começar a 1 de maio, poderá «ter um prejuízo incalculável» para a economia nacional e, em particular, do Algarve, que será «infinitamente superior» ao prejuízo estimado para a companhia aérea, de cerca de 70 milhões de euros, avisou a Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL).
«A greve, muito embora constitua um direito inalienável dos trabalhadores, deve ser usada com parcimónia, atentos os seus efeitos e sopesada face às repercussões que pode ter no todo nacional», defendeu a associação, numa nota de imprensa.
O presidente da associação empresarial algarvia Vítor Guerreiro considera que, no Algarve, a greve «irá criar problemas à economia, às empresas e aos trabalhadores, muito para além do que seria admissível, atenta a relação custo/benefício do protesto». E apelida o protesto agendado como sendo, «no mínimo, irresponsável».
Assim, apela aos intervenientes no processo de agendamento da greve «para terem em atenção que a defesa dos interesses de uns, mesmo que possam ser considerados hipoteticamente legítimos, não podem de forma desregrada impor a todos os demais encargos e prejuízos desmedidos».
«A sustentabilidade da economia nacional e regional sobejamente sofrida por um longo período de austeridade, depende em muito dos serviços da TAP, a quem se exige – empresa e trabalhadores – a participação no esforço nacional de consolidação da economia e viabilização do futuro», considerou Victor Guerreiro, que acrescentou que «nada, nem ninguém se pode considerar acima da defesa do interesse do todo nacional independentemente das questões particulares e da sua legítima defesa».