A Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) pede «moderação de todas as partes», para que a continuidade da Concentração Internacional de Motos do Motoclube de Faro, que está agora a decorrer na capital algarvia, não seja colocada em risco.
Dias depois da concentração de 2014, a direção do Motoclube de Faro ameaçou não realizar a edição deste ano do evento, devido à atuação das forças da autoridade, nomeadamente o «forte aparato policial» que rodeia a concentração e o «excesso de zelo das autoridades».
Após reuniões com as autoridades e outras entidades , o Motoclube não levou a ameaça às últimas consequências, mas não deixou de exigir outra postura por parte das autoridades (ver abaixo). Razão suficiente para que o presidente da ACRAL Vítor Guerreiro procure, por antecipação, sensibilizar os intervenientes para que a situação não se repita.
Salientando que este evento tem «tradição, traz movimento e economia à cidade – põe Faro no mapa», Vítor Guerreiro apontou como «menos positivo» o facto de ter havido, nos últimos anos, «algum excesso de zelo por parte das autoridades policiais».
«Naturalmente, tem de haver regras e as leis são para cumprir, mas apelava aos intervenientes – a todos os intervenientes – alguma moderação: temos de salvaguardar a segurança das pessoas e do património, mas também é importante evitar a fiscalização policial excessiva e desproporcionada», salientou.
Uma posição em linha com aquela que a direção do Motoclube de Faro, através do seu presidente Zé Amaro, assumiu em declarações ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve, esta quarta-feira.
«Sempre temos alertado as autoridades, de há anos a esta parte, para o excesso de zelo e visibilidade que há na concentração. Não é necessário, por que nós pensamos que não tem havido desacatos e não se justifica tamanho aparato», disse Zé Amaro.
«Defendemos a presença das autoridades, porque é normal estar e nós desejamos que estejam, mas não com aquele aparato bélico com que os motociclistas são recebidos», acrescentou.
O presidente do Motoclube diz que tem recebido queixas nesse sentido da parte de muitos participantes. «Eu vou a muitas concentrações lá fora e nunca vi em sítio nenhum o aparato que aqui é montado em Faro», assegurou.
À partida, haverá alguma abertura das autoridades, para que tudo corra de forma diferente em 2015. «Tivemos várias reuniões com a PSP e a GNR, bem como com outras entidades, e esperemos que este ano as coisas estejam mais desanuviadas, para as pessoas levarem daqui uma boa imagem», considerou Zé Amaro.
Já o presidente da ACRAL defende que não ter este evento «seria uma grande perda para o Algarve». «A Concentração Internacional de Motos de Faro é um importante dinamizador da economia local e um forte contributo para a promoção da região a nível internacional», considerou Vítor Guerreiro.