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O Hospital de Portimão não vai perder especialidades, continuará a garantir a prestação de cuidados nas especialidades de Psiquiatria, Gastroenterologia, Otorrinolaringologia e Oftalmologia, a sua Maternidade continuará a funcionar 24 horas por dia e a Urgência Médico-Cirúrgica irá manter-se nesta unidade hospitalar.

Estas foram as garantias dadas hoje, em comunicado, pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), após a notícia do jornal «Correio da Manhã» que esta semana anunciava o encerramento de especialidades e de serviços, motivando uma onda de reações dos mais variados quadrantes políticos e uma vigília à porta do Hospital de Portimão, ontem à noite.

O Conselho de Administração do CHA, que afirma encontrar-se «disponível para esclarecer e explicar a todos os autarcas, bem como a todos os partidos políticos, a reorganização que está a ser levada a cabo», salienta ainda no seu comunicado que a sua intenção é «implementar uma acrescida melhoria global da prestação de cuidados de saúde aos algarvios e aos turistas e assegurar que, com estas melhorias, o utente tenha sempre, na sua região, uma infraestrutura com qualidade que o possa tratar/operar, de acordo com as suas patologias, evitando gastos desnecessários de tempo e dinheiro em deslocações para outras Instituições».

Assim, no que diz respeito à eventual perda de especialidades, o CHA, liderado pelo médico Pedro Nunes, esclarece que «a reorganização que está a ser desenvolvida tem como principal objetivo a otimização de recursos e equipamentos, numa perspetiva mais integrada e articulada».

Tal como Pedro Nunes já tinha anunciado em declarações ao Sul Informação, «dada a carência de médicos existente na região, é essencial uma gestão mais funcional, de acordo com as necessidades. O Conselho de Administração entende que é dever dos profissionais de saúde deslocarem-se, evitando a deslocação de centenas de doentes. Com esta medida, aumenta-se a oferta de saúde em terras algarvias, diminuindo deslocações supérfluas a Lisboa».

O Conselho de Administração, que nega a perda de especialidades como Psiquiatria, Gastroenterologia, Otorrinolaringologia e Oftalmologia, frisa mesmo que algumas das especialidades do CHA «vão ficar sediadas em Portimão, tais como Otorrinolaringologia e Oftalmologia».

Deste modo, pelo contrário, «o Hospital de Portimão passará a ter, ao dispor dos seus utentes, uma maior diversidade de consultas. Todas as consultas disponíveis até agora só em Faro passarão a estar disponíveis também em Portimão».

Também não irá fechar a Maternidade de Portimão, que «continuará a funcionar 24 horas por dia, articulando-se com a Maternidade de Faro e garantindo diretamente a ligação à Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos, agora elevada a serviço».

Quanto à questão do possível fecho das Urgências, o CHA explica que nos hospitais e centros de saúde do Algarve existem três tipos de urgências articuladas e interdependentes.

Assim, existe uma Urgência Básica em Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António e uma Urgência Polivalente no Hospital de em Faro, «que implica todas as valências da Médico-Cirúrgica, acrescidas de Gastroenterologia, Cardiologia de Intervenção, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Pneumologia, Psiquiatria e Neurocirurgia, bem como apoio imagiológico e laboratorial mais específico».

No Hospital de Portimão, por seu lado, existe uma Urgência Médico-Cirúrgica, «que implica a presença das especialidades de Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ortopedia, Obstetrícia/Ginecologia e Pediatria, e que comporta apoio de Imagiologia, Laboratórios, Unidade de Cuidados Intensivos e Intermédios e Bloco Operatório a funcionar 24 horas por dia».

«Com este modelo de articulação passam a existir, no Algarve, todas as especialidades necessárias, todos os dias do ano. Termina, desta forma, uma realidade de urgências incompletas e disfuncionais na região que obrigavam a constantes deslocações a Lisboa», acrescenta o Conselho de Administração do CHA.

O mesmo comunicado acrescenta também que já se iniciaram as obras de remodelação do Serviço de Urgência de Portimão, de forma a permitir «aumentar a capacidade de atendimento, à semelhança do que foi feito em Faro e plenamente conseguido».

«A partir do final de 2013, não haverá doentes internados nos corredores do Hospital de Portimão, nem na Área de Decisão Clínica (Urgência de Adultos)», garantem os responsáveis.
«No Hospital de Portimão, como em qualquer hospital do mundo civilizado, os doentes serão observados por especialistas e não ficarão internados em macas durante vários dias, como até agora, infelizmente, por vezes acontecia», conclui o comunicado.

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