A Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA) voltou a garantir que tem vindo a canalizar esforços «para reforçar a prestação de cuidados de saúde primários e hospitalares na Região». O Instituto Público respondeu esta terça-feira às notícias com denúncias das estruturas sindicais sobre alegadas «falhas na resposta aos cidadãos», no Serviço Nacional de saúde, na região.
«O Ministério da Saúde, em articulação com a Administração Regional de Saúde do Algarve IP, tem adotado uma estratégia com vista a aumentar a capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários e hospitalares e a alargar a rede de cuidados continuados integrados, quer através de investimentos em novas unidades e obras de melhoramento das instalações e equipamentos existentes, quer na abertura de concursos para contratação de profissionais de saúde», assegurou aquela entidade.
No que toca a recursos humanos, os números já foram repetidos por diversas vezes: «Estão neste momento abertas mais de uma centena de vagas para a Região do Algarve: cerca de 90 para especialistas de Medicina Geral e Familiar e 46 para especialistas da área hospitalar, entre outras carreiras profissionais. Foi ainda recentemente autorizada para o Algarve a abertura de 105 vagas para médicos das diversas especialidades da área hospitalar. Os respetivos procedimentos concursais serão abertos em breve e oportunamente divulgados».
O problema apontado pelos sindicatos, neste caso, é o facto de a maioria das vagas para médicos estarem, à partida, condenadas a ficar por preencher, como tanto o Ministro da Saúde Paulo Macedo como o presidente da ARSA João Moura Reis já admitiram.
Uma das principais críticas dos sindicalistas está, de resto, ligada a estes concursos. «Se assumem, igualmente, a carência de outros profissionais de saúde, porque não foram abertas vagas? Será que é por saberem que estas não ficariam por preencher?», questionou o dirigente a nível regional do Sindicato dos Enfermeiros Nuno Manjua, numa conferência de imprensa que juntou diferentes estruturas sindicais do setor da saúde.
ARS do Algarve: “O fornecimento dos materiais de consumo clínico encontra-se neste momento normalizado através da aquisição e distribuição dos referidos materiais”
Os sindicatos também apresentaram os seus próprios números relativos à carência de meios humanos nas unidades de saúde públicas algarvias. Os sindicalistas falam em mais 1100 profissionais em falta, valor bastante superior ao admitido pelos responsáveis pela saúde na região, que ainda assim é elevado: 823 profissionais em falta.
Apesar de estes últimos serem números divulgados pela própria ARS, o Instituto Público afirma que «o investimento transversal em todas as áreas da saúde na Região tem permitido consolidar uma estratégia sustentada para dotar o Algarve com os meios humanos e físicos adequados à população residente e ao afluxo de milhões de turistas que anualmente escolhem o nosso país como destino».
Os Sindicatos dos Enfermeiros, Médicos da Zona Sul, Função Pública e União de Sindicatos do Algarve também denunciaram, no mesmo encontro com os jornalistas, falhas de material, bem como a necessidade de substituição de outro, já obsoleto.
Neste campo, a ARSA garante que «o fornecimento dos materiais de consumo clínico encontra-se neste momento normalizado através da aquisição e distribuição dos referidos materiais, sendo que estes processos são acompanhados e monitorizados de forma contínua e regular entre os diversos serviços e o Conselho Diretivo da ARS Algarve».
«De destacar que, apesar das quebras pontualmente verificadas, a ARS Algarve adotou as medidas necessárias de modo a assegurar a prestação de cuidados de saúde em todas as unidades de saúde», acrescentou.