Em Março de 2017, o Aeroporto de Faro vai estar mais bem preparado e vai dar melhor resposta aos passageiros que nele aterram e partem para outros destinos.
O contrato da empreitada de ampliação e remodelação da aerogare foi hoje assinado e as obras, que vão permitir aumentar a capacidade de resposta para 3000 passageiros por hora, começam já no mês de Outubro.
A intervenção que vai ser feita pela Mota Engil tem um custo estimado de 32,8 milhões de euros.
A cerimónia de apresentação da aerogare decorreu esta manhã no Palácio de Estoi. No evento, marcado propositadamente para o dia em que o Aeroporto de Faro comemora os seus 50 anos de existência, estiveram presentes o presidente da Vinci Nicholas Notebaert, o presidente da Ana Aeroportos Jorge Ponce de Leão e o novo diretor do Aeroporto de Faro Alberto Mota Borges.
As obras previstas têm o objetivo de «responder à alteração da tipologia de tráfego, a criação de mais áreas operacionais e de mais área pública, bem como a revitalização e ampliação da área de retalho, o incremento de segurança operacional, a modernização da imagem do terminal e a reformulação da integração com as acessibilidades terrestres.
Entre as alterações visíveis que foram apresentadas, destaca-se, por exemplo, a mudança do controlo de segurança do rés-do-chão, para o primeiro andar do aeroporto, ou a expansão do átrio público de partidas e chegadas ao longo de toda a frente Norte do edifício.
Atualmente, o aeroporto de Faro tem a capacidade de 24 movimentos/hora na pista, mas, quando as obras estiverem concluídas, este número vai passar a 30 movimentos/hora. A nível de passageiros, em cada sentido, o aeroporto vai passar a poder processar 3000 passageiros/hora, em vez dos atuais 2400 passageiros/hora.
Uma das razões para este acréscimo passa pelo aumento do número de postos de controlo de segurança dos atuais 11 para 17, e do número de postos de controlo de passaportes, que costuma provocar atrasos na chegada de passageiros, de 8 para 10.
A necessidade de fazer alterações no terminal deve-se à alteração do perfil dos passageiros. Cada vez mais, as companhias aéreas low cost trazem mais pessoas a Faro (representam 70% do tráfego do aeroporto), e estes passageiros passam mais tempo nas instalações
Alberto Mota Borges, em conversa com os jornalistas, explicou que a reformulação do terminal surge como «forma a dar resposta a um perfil de passageiro que já temos, e que estimamos que irá continuar a crescer, que utilizam mais a infraestrutura. Para isso, precisamos de mais áreas, espaços comerciais com melhor dimensionamento e melhor performance, dando também mais modernidade a uma infraestrutura que é uma referência para o Algarve».
As obras são de uma dimensão considerável, mas o aeroporto vai continuar a funcionar normalmente, até porque a maior parte dos trabalhos será desenvolvida durante a noite – o que aumenta os custos da obra.
Alberto Mota Borges garante que as intervenções foram pensadas de forma a não importunar os passageiros, especialmente durante todo o ano de 2016, em que serão feitas as alterações de maior envergadura.
«Temos um plano que prevê uma interação, que ambiciona ser perfeita, para minimizar os impactos. Estimamos que o desconforto no passageiro será nulo ou muito próximo de zero, porque todo o projeto foi concebido para dar uma boa experiência aos passageiros», referiu.
O renovado terminal do Aeroporto surge para corresponder ao crescimento de tráfego na época alta, até porque «o aeroporto não está a dar resposta» à procura, segundo Mota Borges.
No entanto, na época baixa, a sazonalidade da região acentua-se e haverá novas valências que, durante o inverno, estarão encerradas. O objetivo é atenuar estas diferenças e, segundo o responsável, «a ANA tem dado incentivos às companhias aéreas no período do inverno e isso tem dado resultados, mas um crescimento de 5% no mês de julho, em termos absolutos, é maior do que um crescimento de 20% em novembro».
Apesar de as taxas de aterragem e de passageiros serem um imperativo legal, há benefícios «a nível de marketing e incentivos que aumentam a competitividade. Estes incentivos são calculados na base de redução de 50% da taxa de aterragem na época baixa e também um incentivo por passageiro transportado. Isto nenhum aeroporto da Europa faz», concluiu Mota Borges.