A Câmara Municipal de Loulé escolheu o simbolismo do dia 25 de abril para fazer a entrega dos talhões das Hortas Sociais de Loulé a 19 utilizadores.
De entre as 38 candidaturas, a Comissão Diretiva selecionou 20, sendo que um dos candidatos desistiu. Adérito Silva, André Conceição, António Pessoa, Carlos Andrade, Fernanda da Palma, Florindo Mata, Jacinto Brás, Januário Romeira, João Pereira, José Cabral, José Casbarra, José Gabriel Guerreiro, José da Conceição, Leonardo Romão, Maria Helena Gaspar, Marília Gonçalves, Reinaldo Gonçalves, Rui Sequeira e Sérgio Custódio são os munícipes que irão, num prazo máximo de um mês, começar os trabalhos de cultivo num espaço que, em tempos, foi uma lixeira, e que durante anos esteve sem utilização.
Na seleção dos candidatos, a Autarquia teve presente a condição de carência económica mas também o facto de serem recenseados no concelho há mais de três anos.
Cada um dos utilizadores pode agora usufruir de um talhão com cerca de 30 metros quadrados, equipado com torneira para rega, uma casa para guardar as ferramentas, uma zona para convívio, uma área específica para compostagem, casas-de-banho, existindo ainda no local um reservatório de 500 m3 de água armazenada para rega e que tem origem nas Bicas Velhas.
As Hortas estão direcionadas para a prática de culturas agrícolas, plantas aromáticas, medicinais e condimentares, não sendo permitidas estufas ou instalação de sistemas de rega automática ou venda ou exposição de qualquer produto no local da horta. Os utilizadores têm o direito de usar gratuitamente o talhão de terreno que lhe foi atribuído para cultivar e colher produtos agrícolas, e utilizar todo o espaço envolvente. Estão, no entanto, obrigados a utilizar água do ponto de rega do seu talhão, de forma adequada e racional, e utilizar apenas meios de cultivo biológicos.
As ações de formação nas áreas da agricultura biológica e compostagem, pela Associação In Loco, parceira da Autarquia na criação das Hortas Sociais, e que irão permitir aos utilizadores dos talhões terem noções sobre estas matérias para que possam trabalhar a terra, arrancam no próximo dia 2 de maio.
Criadas como forma de proporcionar aos cidadãos, em especial aos mais carenciados, a possibilidade de cultivarem e assim puderem usufruir de produtos agrícolas frescos, produzidos por si e para o seu agregado familiar, as Hortas Sociais de Loulé aliam a vertente social à ambienta. Este equipamento vai ocupar um espaço público que se encontrava disponível e utilizar um recurso que se desperdiçava – a água das Bicas Velhas.
Para além do apoio à subsistência das famílias, as Hortas Sociais encerram objetivos como o reforço do espírito de coletividade e promoção do convívio, a identificação da cultura local, a promoção dos hábitos saudáveis, a criação de um cariz biológico e tradicional na agricultura aqui praticada e a valorização do espaço público.
O presidente da Câmara de Loulé Seruca Emídio salientou o lado social das Hortas, nomeadamente em termos do “convívio, do respeito pelas regras, pelos outros, ocupação do tempo”, bem como o aspeto didático. “Queremos que este seja um espaço educativo, em que as escolas o possam aproveitar para explicar e preparar os alunos para respeitarem melhor não só o ambiente, mas também o trabalho do campo”.
Seruca Emídio apelou aos utilizadores para que preservem o espaço, de forma o seu sucesso dê lugar a outros projetos semelhantes no Concelho.