Um novo túnel para os esgotos, numa extensão de 140 metros, está já a ser construído por baixo da V6, junto à rotunda da Pedra Mourinha, em Portimão, «sem ser preciso cortar a avenida e afetar o trânsito», revelou ao Sul Informação Joaquim Peres, presidente do Conselho de Administração da empresa Águas do Algarve (AdA).
Esta foi a solução encontrada pelos técnicos da AdA para resolver, o mais rapidamente possível, o problema criado a 8 de Julho, com o abatimento de uma zona do antigo túnel, mesmo junto à rotunda da Pedra Mourinha, e que levou a Câmara de Portimão a cortar o trânsito nesse acesso a uma das zonas mais populosas do concelho, invocando razões de segurança.
O problema do trânsito acabou por ser resolvido três dias depois, com a abertura de um acesso alternativo entre a V6 e a Rua da Pedra Mourinha, mas continuava por solucionar o problema principal. É que o túnel antigo, para cuja remodelação as Águas do Algarve até tinham acabado de lançar um concurso público, precisava de ser substituído urgentemente naquela zona e a solução mais óbvia passava por abrir uma enorme vala de um lado ao outro da V6, interrompendo assim o trânsito numa das principais artérias de Portimão e num dos mais movimentados acessos à cidade.
«Acabámos por optar por ir para esta solução, construindo um novo torço de túnel, de modo a não termos de cortar o trânsito, causando graves transtornos à cidade», explicou o administrador Joaquim Peres.
O poço de ataque para a abertura do túnel já começou a ser construído, como o Sul Informação constatou no local. Está a ser aberto num terreno a cerca de 20 metros da rotunda da Pedra Mourinha, cedido por um empresário local, José Caetano Poucochinho, que até tem uma loja de materiais de construção em plena rotunda e que é um dos comerciantes afetados pelo corte do trânsito na zona.
Entretanto, enquanto prosseguem também os trabalhos de contenção de terrenos na área onde se deu o abatimento, que já está devidamente escorada, esta tarde ainda deverá ser reaberto um sentido de trânsito na rotunda, garantindo o acesso direto entre a V6 e a Pedra Mourinha.
Fonte da Câmara de Portimão disse ao Sul Informação que esta solução provisória foi pedida não só pelos moradores, mas sobretudo pelos comerciantes que têm os seus negócios na zona da rotunda da Pedra Mourinha, muito afetados com as obras e com o corte total do tráfego automóvel.
O presidente das Águas do Algarve, por seu lado, adiantou não saber ainda quanto irá custar esta intervenção de emergência, uma vez que «tudo depende do material que for preciso perfurar e de como correr a abertura destes 140 metros de túnel».
Entretanto, desde que se deu o abatimento do troço do túnel antigo, construído em 1971 pela Câmara de Portimão, mas já há anos propriedade da empresa Águas do Algarve, os esgotos estão a ser conduzidos provisoriamente por duas condutas mais pequenas, que passam sob a V6.
As obras de reformulação total do túnel, que tem 12 quilómetros e recebe os esgotos de Portimão, desde a zona do Vau até à ETAR da Companheira, já estavam previstas e até tinham sido lançados, dias antes do abatimento, os primeiros concursos referentes a esta empreitada. Joaquim Peres revelou, em declarações ao nosso jornal, que a obra deverá custar um total de 1,8 milhões de euros.
«A necessidade de fazer esta intervenção já estava identificada, até porque as Águas do Algarve têm um programa de inspeção periódica das infraestruturas sob a sua gestão. Em função da avaliação que vamos fazendo, vamos programando as intervenções a avançar. Esta estava já programada, porque se sabia que o túnel estava em más condições, visto que teve pouca manutenção ao longo dos anos e já é bastante antigo. Mas não é possível saber quando é que vai haver um colapso, como aqui aconteceu, para mais tratando-se de uma zona com muito trânsito de pesados», acrescentou o presidente do Conselho de Administração da empresa.
Com a abertura do acesso alternativo, há uma semana, e agora com a reabertura de uma faixa na rotunda da Pedra Mourinha, entre a V6 e essa zona da cidade, os problemas mais prementes ficam, para já, resolvidos. Resta esperar a conclusão dos trabalhos em curso…e que não haja mais surpresas.
Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação