A albufeira da barragem alentejana do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, está com 97% da capacidade máxima, mas não estão previstas descargas controladas, porque a produção das duas centrais hidroelétricas permite controlar o enchimento.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, a albufeira do Alqueva, no rio Guadiana, armazena 4024.41 hectómetros cúbicos (hm3) de água e está à cota 151.80 metros.
Ou seja, a albufeira do Alqueva está com 97% da capacidade máxima e terá que reter mais 125.59 hm3 de água, mais do que a capacidade total da albufeira do Roxo, que é 96,3 hm3, para atingir o pleno armazenamento de 4.150 hm3, à cota de 152 metros.
Atualmente, “não estão previstas descargas controladas”, porque as duas centrais hidroelétricas do Alqueva em produção estão a debitar cerca de 800 metros cúbicos de água por segundo, “valor que permite controlar o enchimento da albufeira, mantendo um equilíbrio com as afluências”, explicou à agência Lusa fonte da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
Por isso, a barragem de Pedrógão, situada a jusante, está a descarregar, debitando o caudal proveniente de Alqueva, numa operação já comunicada aos serviços de Proteção Civil, indicou a fonte.
A albufeira do Alqueva é o maior lago artificial da Europa e tem uma área inundável de 250 quilómetros quadrados e cerca de 1.100 quilómetros de margens.
Segundo a EDIA, a dimensão da albufeira é compatível com o primeiro grande objetivo do Alqueva, ou seja, “criar uma reserva estratégica de água, que possa suprir todas as necessidades” do projeto nas valências de regadio, abastecimento público e industrial e produção de energia “durante pelo menos três anos consecutivos de seca”.
A albufeira do Alqueva atingiu, pela primeira vez, a capacidade máxima a 12 de janeiro de 2010, quase oito anos após ter começado a encher, a 08 de fevereiro de 2002, quando se fecharam as comportas da barragem.
A conclusão do projeto Alqueva, num total de cerca de 120 mil hectares de regadio, inicialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior Governo PS para 2015 e, depois, antecipada para este ano, o que o atual Executivo PSD-CDS/PP já disse que “não é possível”.
Entretanto, em abril de 2012, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu o compromisso do Governo de concluir as obras em 2015.