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Roteiro do Mar MAM na UAlg_1O Algarve tem o potencial humano, empresarial e científico para estar na linha da frente do crescimento da Economia do Mar e deve ter um papel importante no desenvolvimento do setor.

Foi essa a mensagem dos diferentes intervenientes na primeira sessão do «Roteiro do Mar», que decorreu na quarta-feira, na Universidade do Algarve.

A ministra da Agricultura e do Mar Assunção Cristas começou em Faro um périplo que a fará passar em diferentes regiões de Portugal, para promover a Economia Azul (do Mar). Além de mostrar o potencial do Mar Português, como já havia feito num roteiro internacional que a levou a diversos países, deixou palavras de incentivo aos empresários do setor, para que ajudem este cluster – que já tem um peso de cerca de 8 mil milhões de euros no Produto Interno Bruto, do qual representa 3 por cento, e gera 110 mil postos de trabalho – a crescer.

Números que podem ainda aumentar, com ideias frescas e a alavancagem dos fundos comunitários (as linhas mestras do programa Mar 2020, sucessor do Promar, também foram apresentadas), e, claro, pela mão de investidores nacionais ou estrangeiros.

Para isso, são precisos «mais e melhores projetos» e aumentar o esforço de transferência de conhecimento das universidades para o setor empresarial. Neste campo, entra a instituição anfitriã do evento.

O reitor António Branco não virou costas ao desafio e garantiu que a «UAlg tem todas as condições para dar um contributo inestimável à estratégia nacional da Economia Azul». «Temos de saber aproveitar a infinita capacidade do Mar de nos tornar um país mais rico e, com isso, com melhor qualidade de vida para a população», considerou.

Nos últimos 10 anos, segundo o reitor da universidade algarvia, «foram geridos 41 projetos de investigação, de transferência de conhecimento e de extensão, envolvendo cerca de 25 milhões de euros, muitos dos quais ainda estão em execução em pelo menos 5 centros de investigação diferentes».

Roteiro do Mar MAM na UAlg_2«Entre 2000 e 2014, a Universidade do Algarve foi responsável por cerca de 22% da produção científica nacional nestas áreas (1022 publicações), sendo ultrapassada nesse indicador apenas pela Universidade de Lisboa (1189 publicações) – o que, tendo em conta a dimensão relativa dessas duas instituições, revela bem a relevância da UAlg no panorama nacional», acrescentou António Branco.

Assunção Cristas, que «não tem dúvidas da capacidade da Ualg para contribuir» para o crescimento da Economia Azul, aproveitou para fazer uma resenha daquilo que foi o roteiro do mar internacional, que a levou a diversos países.  A ministra pretende repetir, dentro de portas, o mesmo modelo.

O périplo além-fronteiras deu frutos, ao nível académico, já que na visita que efetuou ao Japão foram lançadas as bases para um protocolo de colaboração entre uma universidade japonesa e a UAlg, no campo da produção de atum.

O próximo passo nesta operação de divulgação internacional da estratégia nacional para o Mar será dado na 1ª Semana Azul, que será realizada entre 3 a 7 de junho de 2015, em Lisboa. Aqui, serão dados a conhecer projetos empresariais e científicos ligados a Economia do Mar, mas também haverá uma forte dimensão de política externa.

Além de uma feira, está agendada «uma reunião de ministros do Mar do mundo inteiro», que, segundo Assunção Cristas, pretende ser um sinal de Portugal para o mundo de que quer ser um dos líderes neste setor.

A Semana Azul também enquadrará a 3ª edição da «World Ocean Summmit», do jornal The Economist», que decidiu antecipar este evento internacional um ano para coincidir com a iniciativa lançada pelo governo português.

 

Economia do Mar do Algarve conta com fundos comunitários para crescer

Roteiro do Mar MAM na UAlg_3Os fundos comunitários que estarão ao dispor de quem quiser investir no setor do mar estiveram muito em foco, nesta sessão.
No que toca ao programa de âmbito nacional Mar 2020, a explicação foi dada por Rodrigo Brum e pelo secretário de Estado do mar Manuel Pinto de Abreu. Mas também foi avançada uma perspetiva mais regionalizada, pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve David Santos.

Apesar de o programa operacional do Algarve, que no atual período de financiamento se intitulará Cresc, ser transversal a todas as áreas de atividade, é de esperar que muito do dinheiro seja aplicado na área do mar.

Isto porque, como lembrou David Santos, as verbas serão orientadas, na sua larga maioria, «à inovação, competitividade e transferência de tecnologia». Dado volume de investigação feito na área do Mar na Universidade do Algarve, são de esperar muitos projetos nesta área. Além disso, «4 das 10 principais empresas exportadoras do Algarve estão ligadas à Economia Azul».

Com uma verba de cerca de 318 milhões de euros para gerir, David Santos deixou um apelo à criação de «um Simplex do Mar», para tornar mais atrativo o investimento na área. Uma questão a que se espera que o balcão único, a criar no âmbito do Mar 2020, dê resposta.

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