A «elaboração urgente de um relatório independente (e não da Algar) que indique as verdadeiras causas do incêndio de sábado, 24 de Junho, no Aterro Sanitário do Sotavento», na Cortelha, é uma das exigências da Associação Almargem.
Segundo a Almargem este incêndio «foi de origem interna», apesar das causas permanecerem «desconhecidas, provocando obviamente um súbito aumento da sua capacidade, embora com afetação grave das condições de segurança e operacionalidade, incluindo a emissão de gases tóxicos, a destruição das telas de impermeabilização e do sistema de recolha de biogás».
Outra das exigências da associação passa pela «constituição de uma comissão de avaliação ao trabalho desenvolvido nos últimos anos pela Algar, e outras entidades, no que respeita essencialmente à sensibilização contínua dos cidadãos para a separação de resíduos e ao seu efetivo encaminhamento para as fileiras de reciclagem», explica a Almargem.
É que este aterro tinha um prazo de vida útil de 20 anos, aquando da sua inauguração em 2008. Mas «o aumento do volume de resíduos depositados, tudo indica devido, em parte, ao inesperado e recente aumento da percentagem de incorporação de resíduos recicláveis no lixo comum levou ao seu esgotamento atual», segundo a Almargem.
Segundo o jornal Público, outro aspeto polémico, «relacionado com o alargamento do número de células do aterro de duas para três, diz respeito ao abate de sobreiros».
«Antecipando a decisão da Assembleia Municipal sobre o pedido de ampliação desta infraestrutura, a empresa responsável pela recolha e valorização dos resíduos sólidos urbanos — Algar — mandou abater mais de uma centena destas árvores protegidas, em zona de Reserva Ecológica Nacional (REN)», de acordo com o Público.
Quanto à Almargem diz que «o Município de Loulé acolheu com certas reservas a proposta da Algar para avançar com a abertura de uma terceira célula, alegando que algumas das medidas de compensação dos impactos ambientais e sociais deste empreendimento ainda não se haviam concretizado».
A última exigência da Almargem passa por uma «reanálise aprofundada dos impactos do Aterro ao longo dos seus já 17 anos de vida, nomeadamente sobre as localidades incluídas nas principais vias de acesso, sobre as povoações mais próximas (Vale Maria Dias, Cortelha), e sobre os ecossistemas circundantes, em particular o Rio Vascão».