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A Assembleia Municipal de Loulé aprovou na sexta-feira à noite, em sessão ordinária, a proposta do Plano de Caliços-Esteval e declaração ambiental. Com esta aprovação, fica assim viabilizada a instalação da loja IKEA naquela zona do concelho de Loulé.

Este Plano teve início há três anos e tem uma área de intervenção de 354 hectares, dos quais 40 hectares respeitam a um empreendimento do grupo IKEA.

A abertura ao público desta área comercial (engloba uma loja e retail park) que ficará instalada junto ao nó de Loulé/Aeroporto da Via do Infante, na zona de Caliços-Esteval, está previsto que aconteça em 2014, sendo que as obras arrancarão em maio ou junho deste ano.

A Câmara de Loulé salienta, em nota que imprensa, que se trata «de um investimento de 200 milhões de euros, que permitirá a criação de três mil postos de trabalho».

No acordo celebrado entre a autarquia e o IKEA, foi incluída uma cláusula inédita e que diz respeito ao direito de reversão, isto é, «se o promotor não fizer aquilo a que se compromete, os terrenos voltam a ter o seu uso original».

Por seu turno, no âmbito do contrato de urbanização, o grupo sueco financiará os melhoramentos na Escola de Almancil (100 mil euros), a intervenção nas bacias de ligação ao Estádio Algarve (100 mil euros), os nós de ligação à EN125 (531 mil euros) e criação de redes pedonais e cicláveis (60 mil euros).

Durante a sessão da Assembleia, o presidente da Câmara Seruca Emídio considerou este um “momento histórico”, pois, num período de crise, permitirá trazer para o concelho um significativo investimento e criar milhares de postos de emprego quando o Algarve é a região com o maior índice de desemprego. “Os trabalhadores serão tratados com todo o respeito, pois trata-se de um promotor com consciência social”, sublinhou o edil.

Para atenuar o impacto que esta superfície comercial possa vir a ter no comércio local, o responsável municipal explicou que a ideia é trabalhar em conjunto com o promotor e os comerciantes de Loulé, de forma a atrair os clientes do IKEA à cidade de Loulé.

“Com inteligência, poderemos trazer ganhos para o comércio local”, acrescentou Seruca Emídio.

Na semana passada, em comunicado, a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) acusou o Grupo IKEA de «falta de responsabilidade ambiental», por pretender agora «construir uma nova área comercial em solos da Reserva Agrícola Nacional (RAN), no concelho de Loulé».

A Quercus salientou que, «apesar de considerar o investimento do Grupo IKEA importante para a região, entende que a localização deveria ser escolhida evitando as áreas da Reserva Agrícola Nacional ou outras condicionantes previstas nos instrumentos de ordenamento do território».

Em resposta, o Grupo IKEA refutou as acusações de «falta de responsabilidade ambiental», garantindo que o projeto comercial que tem previsto para o concelho de Loulé «ficará situado numa zona decidida em consenso entre o Grupo IKEA e as autoridades competentes a nível municipal, regional e nacional».

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