A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António coloca em causa os resultados das análises do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) que, há várias semanas, estão a ditar a interdição de captura de bivalves na zona litoral entre Tavira e VRSA, e pede uma resposta clara ao Secretário de Estado do Mar sobre as condições e fiabilidade com que são realizados os testes.
Na base desta decisão estão os resultados das análises requeridas pela própria Câmara Municipal «ao laboratório oficial e devidamente certificado (ISO 9001:2008 e ISO 14899:2007) que efetua as análises para a Junta de Andaluzia (Espanha)».
Segundo a autarquia, «os valores revelam que a presença de toxinas na costa do concelho é inferior aos mínimos legais, pelo que a apanha de bivalves não deveria estar proibida».
«Esta é uma situação que nos deixa severamente preocupados, pelo que exigimos uma clarificação sobre o que se está a passar no nosso litoral. Se dois laboratórios oficiais apresentam resultados diferentes para o mesmo tipo de testes, teremos que apurar a situação até às últimas consequências», afirma Luís Gomes, presidente da Câmara de VRSA.
«A interdição, que se arrasta há semanas, está a provocar grandes dificuldades às dezenas de famílias do concelho que vivem da atividade da mariscagem. Por isso, é tempo de clarificar os dados e levantar as interdições ou ativar desde já os respetivos fundos de compensação», prossegue Luís Gomes.
Esta tomada de posição acontece dias depois de a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e os mariscadores da Baía de Monte Gordo se terem reunido com o Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, para avaliarem as consequências económicas dos embargos da captura de bivalves na zona L9, localizada na Praia de Monte Gordo.