O edifício da antiga estação de comboios de Lagos é um dos edifícios e terrenos que a empresa pública Rede Ferroviária Nacional – Refer tem à venda em todo o país.
Em Lagos, além da antiga estação, a Refer pretende ainda vender o terreno onde ela se situa, apresentados no site da empresa como «lotes para construção de unidades de hotelaria (hotel/aparthotel) junto à Marina de Lagos», com «fácil acesso às infraestruturas rodoviárias e ferroviárias e fluente acessibilidade automóvel e pedonal à zona velha de Lagos, assim como à zona das praias (Meia Praia)».
No caso do terreno, que, segundo o que pode ser visto no site da Refer, tem uma área total de 7688 metros quadrados, dos quais 5726 são a área de implantação prevista, para uma área total de construção de 16890 metros quadrados, a empresa apresenta mesmo a imagem de uma antevisão do que ali poderá ser construído.
Esta antevisão tem por base o Plano de Pormenor da Zona Envolvente à Estação Ferroviária de Lagos, aprovado pela Assembleia Municipal de Lagos, em 23 de Fevereiro de 2009. Este plano prevê a regeneração urbana, definição de estratégias de promoção, e introdução de serviços sociais e de de infraestruturas viárias e urbanas para os utentes que utilizem esta zona.
Apesar de, no site da Refer, parecer que os lotes de terreno englobam a antiga estação ferroviária de Lagos, que assim poderia ser incluída num mesmo negócio, Susana Abrantes, responsável pela Comunicação e Imagem da Refer, garantiu ao Sul Informação que aquele «constitui um edifício autónomo» e «está por isso colocado no mercado de forma isolada».
E quanto pede a Refer pelo edifício ou pelos terrenos? Bom, parece que também aqui o segredo é a alma do negócio. A porta voz da empresa apenas diz que, «por questões de mercado, os preços neste tipo de ativos apenas são divulgados sob consulta».
No entanto, acrescenta Susana Abrantes, «existem diversos interessados, estando neste momento em fase preliminar de análise de interesse. Por questões de reserva, não podemos, nesta fase, divulgar o nome das entidades que estão envolvidas».
A antiga estação de comboios de Lagos, situado no término ocidental da Linha do Algarve, foi inaugurada a 30 de Julho de 1922 e desativada em Agosto de 2006, quando abriu o novo e mais moderno terminal, a curta distância do anterior. Desde então, a antiga estação tem estado fechada e em degradação, alvo de vandalismo.
Maria Fernanda Afonso, vereadora da Cultura da Câmara de Lagos, diz que a autarquia «vê com preocupação» o futuro do edifício, que marcou, durante 84 anos, o ritmo de muitas partidas e chegadas à cidade.