A anulação de quatro das variantes previstas na obra de requalificação da estrada EN125 veio «criar condições para manter e, em alguns casos, aumentar a insegurança rodoviária», considerou esta segunda-feira o líder do PS Algarve António Eusébio. O também presidente da Câmara de São Brás de Alportel, um dos concelhos afetados pela decisão, disse não estar «nada satisfeito com a situação».
Em declarações ao Sul Informação, António Eusébio lamentou «o adiar de projetos fundamentais para a segurança da região» e disse não acreditar que a solução alternativa, que prevê que seja a Estradas de Portugal a avançar com as obras, possa ser implantada em breve, «tendo em conta a situação que o país vive».
A crise está aí, mas estas eram obras que não se podia adiar, considerou. No caso do cancelamento da variante que iria ligar Faro a São Brás, com novas ligações de ambas as sedes de concelho à Via do Infante, o autarca considera «que não vai abonar em nada o desenvolvimento do interior, nomeadamente do concelho». «Esta era uma obra que iria mudar estruturalmente São Brás de Alportel», uma vez que vinha melhorar significativamente as acessibilidades a este concelho.
«Assim, vai manter-se um traçado com mais de 50 anos, pensado para outro tipo de veículos, de menores dimensões e em grande parte dos casos de tração animal. Ainda hoje se mantêm praticamente as mesmas curvas. Sem a nova estrada, São Brás vai ter um sentido de evolução difícil», considerou.
O presidente da Federação do Algarve do PS aproveitou para fazer uma análise mais alargada à decisão do Governo e das Estradas de Portugal. Confrontado com o facto de apenas se terem mantido obras em concelhos com executivos do PSD, António Eusébio disse que «não queria, para já, fazer essa leitura», mas não deixou de frisar que é «algo que salta à vista».