A Agência Regional de Energia do Algarve (AREAL) e o Município de Olhão são os parceiros nacionais de um projeto inovador ligado à produção de energias renováveis.
A instalação fotovoltaica piloto existente na Biblioteca Municipal é a componente mais vísivel do projeto «PV-NET Metering», focado na eficiência energética e na potenciação económica dos sistemas de microprodução.
Segundo a Câmara de Olhão, o projeto pretende promover o uso de tecnologia fotovoltaica nos países do Mediterrâneo e da Europa, cujo potencial solar é especialmente atrativo, através da implementação do regime de net metering. A iniciativa é desenvolvida através do Programa MED é implementado por um consórcio de sete organizações parceiras de seis países: Chipre, Grécia, Eslovénia, França, Espanha e Portugal e
«O Município de Olhão é pioneiro, enquanto entidade pública a participar neste projeto. À instalação fotovoltaica piloto existente na Biblioteca Municipal, foi acrescida uma estação meteorológica que permitiu ao longo do período de um ano recolher todo o tipo de informação energética e meteorológica necessária para estudo do sistema de compensação de energia elétrica denominado net metering», explicou a autarquia.
Esta monitorização mostra-se especialmente relevante para produtores de energia para consumo próprio, já que «à semelhança da lei do autoconsumo atualmente instituída em Portugal, o net metering consiste na possibilidade de se consumir energia de uma unidade de produção, vendendo o excedente à rede, com a particularidade de se poder quantificar toda a energia produzida durante o dia e não consumida, e utilizá-la posteriormente, por exemplo no período da noite».
«No atual panorama da lei do Autoconsumo, importa que o consumidor/produtor de energia fotovoltaica atente à dimensão da instalação de painéis fotovoltaicos que melhor se enquadra às suas reais necessidades, já que a atual legislação favorece, sobretudo, instalações dimensionadas à medida do padrão de consumos e penaliza financeiramente sobredimensionamentos que possam levar a uma maior exportação e consequente venda de energia à rede elétrica. Resulta daqui uma evidente penalização para as instalações com consumos maioritariamente noturnos, como é caso do setor doméstico. No entanto, revela-se uma boa solução para edifícios de serviços, com padrões de consumo de energia elétrica maioritariamente diurnos», enquadra a Câmara de Olhão, numa nota de imprensa.
Com o sistema atualmente em estudo, em Olhão, pretende-se encontrar ferramentas que permitam ao proprietário «intervir nos seus consumos de forma a coincidirem com os períodos de produção».
«Desta forma, cada proprietário poderá aproveitar da melhor maneira um recurso energético inesgotável, obtendo um maior controlo e, sobretudo, uma maior consciência energética», concluiu a autarquia.