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O arquivo histórico do Museu da Cortiça de Silves já foi transferido, na semana passada, para o Arquivo Distrital de Faro, anunciou Manuel Castelo Ramos, ainda diretor daquela estrutura museológica fechada há três anos.

A transferência do arquivo é a consequência do protocolo de depósito assinado «muito recentemente entre a administração da Fábrica do Inglês e a Secretaria de Estado da Cultura, através da Direção-Geral de Arquivos (DGARQ), a título de medida cautelar e de modo a salvaguardar a integridade daquele importante fundo arquivístico, num momento em que poderá estar iminente a declaração de insolvência da Fábrica do Inglês».

Manuel Ramos recorda que, «este arquivo, cuja documentação remonta ao século XIX, foi encontrado em 1998 numa cave por debaixo do Chalet onde funcionava a administração da velha fábrica, precisando atualmente de cuidados urgentes de conservação e dum trabalho aprofundado de classificação e organização».

A sua trasladação, nos dias 29 e 30 de maio, para o Arquivo Distrital de Faro, «foi o primeiro passo para assegurar a sua integridade e conservação, e assim preservar uma das mais importantes reservas documentais sobre a memória corticeira silvense e não só».

Este trabalho foi realizado pelas técnicas do Arquivo Municipal de Silves, orientadas por João Sabóia, diretor do Arquivo Distrital, e Manuel Castelo Ramos, diretor do Museu da Cortiça.

Uma parte da Fábrica do Inglês, em Silves, está à venda em hasta pública eletrónica pelo preço de 901.831 euros até dia 11 de setembro próximo, de acordo com o anúncio no site da Autoridade Tributária e Aduaneira.

O Museu da Cortiça era considerado a principal mostra sobre a indústria da cortiça existente em Portugal, e chegou mesmo a ganhar o Prémio Micheletti de melhor Museu Industrial da Europa em 2001, ano em que recebeu mais de 100 mil visitantes.

O Museu da Cortiça, além de máquinas e de outros equipamentos da antiga fábrica e que permanecem no mesmo local, reúne um importante espólio documental que remonta ao século XIX, altura em que a indústria corticeira era próspera em Silves.

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