Parte da arriba da praia Maria Luísa, Albufeira, que desabou no domingo, deverá ser alvo de uma operação de saneamento (derrocada controlada) antes do verão, disse à Lusa o diretor da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve.
De acordo com Sebastião Teixeira, a ARH/Algarve registou a ocorrência de três desmoronamentos na zona poente da praia, abrangendo uma frente de mar de cerca de 20 metros, no extremo oposto ao local onde em agosto de 2009 a derrocada de uma falésia matou cinco pessoas.
Em declarações à Lusa, o geólogo referiu que um dos locais que desmoronou tinha indícios de grande instabilidade e já estava sinalizado pelas autoridades, que há dois invernos previam a possibilidade de desabamento.
A instabilidade da arriba vai agora ser monitorizada durante os próximos meses, mas a avaliação já efetuada revelou que nenhum dos locais apresenta sintomas de risco iminente, acrescentou.
“Só mais lá para abril, maio, a altura em que normalmente se fazem os saneamentos, é que veremos se é preciso fazer alguma coisa a mais que o mar não faça entretanto”, sublinhou, lembrando que ainda podem haver mais tempestades e desmoronamentos.
De acordo com o responsável pela ARH/Algarve, a zona da praia afetada, de uso balnear mas já fora da parte concessionada, é a área mais ativa em termos de ocorrências.
A manter-se como está, um dos locais onde houve o desabamento será saneado, acrescentou, referindo que o cenário que agora existe não estará igual daqui a um mês, devido à ação do mar.
Havia outro local identificado para se proceder a uma operação de saneamento, na praia de Olhos d’Água, também em Albufeira, mas o mar já provocou naturalmente o desmoronamento.
“Esses eram os dois locais que nós tínhamos [no litoral algarvio], neste momento já só temos um, o que não quer dizer que até à época balnear não apareçam outros”, concluiu.