A luta contra as portagens na Via do Infante volta a intensificar-se, com a chegada do Verão e voltará a chegar à porta das casas de férias do Primeiro-Ministro e do Presidente da República. A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) anunciou que irá levar a cabo várias ações de rua, em julho e agosto, entre marchas lentas a protestos dirigidos diretamente aos governantes.
A próxima ação da CUVI está marcada já para o dia 12 de julho. Os ativistas anti-portagens vão promover uma marcha-lenta entre as cidades de Loulé e Faro, com partida às 17h30, do Monumento Duarte Pacheco, em Loulé e passagem no Aeroporto de Faro.
Ainda este mês, no dia 20 de julho, a CUVI vai associar-se ao desfile final da concentração internacional do Motoclube de Faro, associação que também tem lutado muito ativamente contra a cobrança de taxas na A22.
Com a chegada de agosto, a intervenção torna-se mais direta. «Em datas a confirmar, a Comissão de Utentes irá deslocar-se pelo terceiro ano consecutivo, às residências de férias de Passos Coelho, na Mantarrota, e de Cavaco Silva, na Aldeia da Coelha e pedir-lhes contas pelas consequências da imposição de portagens no Algarve», anunciou o movimento.
Outra “tradição” que a CUVI irá cumprir, em 2014, é o protesto junto ao local onde se vier a realizar a Festa do Pontal, que marca a reentré política do PSD, depois do período estival. «As portagens no Algarve serão um bom tema para os responsáveis políticos presentes abordarem nos seus discursos», considera a CUVI.
«Brevemente irá ser lançada uma nova Petição à Assembleia da República para a suspensão imediata das portagens na A22. Esta Petição irá incidir, fundamentalmente, sobre os aspetos ruinosos que envolvem a Parceria Público-Privada dessa via», acrescentou a CUVI.
O contrato feito entre o governo e as concessionárias das ex-SCUT foi, de resto, um dos temas quentes do Fórum Anti-Portagens, que Loulé acolheu há cerca de três meses e onde ficou acordado que a AMAL iria liderar uma nova plataforma anti-portagens.
Uma iniciativa que teve a particularidade de ser realizada em conjunto com a Câmara de Loulé e de ter agregado um conjunto de decisores políticos, nomeadamente autarcas, de diversas forças políticas, bem como representantes de associações empresariais da região.
Isto sem esquecer o convidado de “honra”, o vice-presidente da Associação Transparência e Integridade Paulo morais, que traçou um cenário negro das Parcerias Público-Privadas, em Portugal, que considerou que a PPP da Via do Infante é «ruinosa».
«A Comissão de Utentes irá informar oficialmente a AMAL e outras entidades regionais sobre o calendário de luta pela suspensão das portagens, convidando-as a aderir a essas iniciativas. (…) A CUVI continua totalmente disponível para a constituição de uma ampla plataforma regional anti-portagens e, apoiará, todas as ações a favor da anulação das portagens propostas pela AMAL, ou qualquer outra entidade», afirmou a plataforma anti-portagens.