«Não pode haver a mais pálida ideia de desmembramento de qualquer unidade de saúde no Algarve!». É desta forma que o presidente da Câmara de Aljezur José Amarelinho ilustra a posição da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, que deliberou, por unanimidade, «exigir a reabertura das extensões de saúde já encerradas» em Castro Marim e Alcoutim e garantir que mais nenhuma fecha.
Esta é a posição que consta de um documento ontem aprovado pelo Conselho Intermunicipal da AMAL sobre a qualidade dos serviços de saúde prestados à população algarvia. A moção, embora dedicada em grande parte aos problemas vividos nos hospitais do Algarve, também não esquece o recente fecho de unidades no Sotavento, muito contestado pela população local.
O órgão que junta os 16 presidentes de Câmara do Algarve mostrou-se solidário com os seus colegas de Alcoutim e Castro Marim. Uma posição que será transmitida de viva voz ao Ministro da Saúde Paulo Macedo, numa reunião que uma delegação de autarcas algarvios espera manter com a tutela «em breve» e que também já foi avançada ao presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve João Moura Reis, numa reunião que este manteve ontem com as autarquias.
João Moura Reis, em conversa com o Sul Informação, não quis comprometer-se com uma decisão final sobre a reabertura, ou não, das extensões que foram fechadas em Vaqueiros (Alcoutim), Odeleite e Azinhal (Castro Marim), em 2013. Neste momento, não há qualquer decisão sobre esta matéria, embora João Moura dos Reis tenha afirmado que o processo de avaliação «deverá estar concluído, talvez ainda este mês, no máximo até meados do mês de fevereiro». Admitiu, ainda assim, que se «as situações se alterarem e forem francamente melhoradas» há possibilidade de reverter a situação.
No seguimento de fortes protestos da população, a ARSA aceitou reavaliar a decisão e criar um grupo de trabalho, com a participação das autarquias afetadas, para apurar se a situação pode ser revertida e de que forma.
Como já afirmaram tanto o presidente da Câmara de Castro Marim Francisco Amaral, como o edil de Alcoutim Osvaldo Gonçalves, as autarquias estão dispostas a contribuir financeiramente, para que a solução seja encontrada e esta deverá mesmo passar por aí.
Em causa está a melhoria das instalações e a instalação de um sistema informático, servido por uma ligação à Internet de alta velocidade, que permita às Extensões de saúde estar ligada ao sistema que liga todos os Centros de Saúde da região.
Falta de material nos Centros de Saúde são «situações muito pontuais»
Os casos de falta de material em Centros de Saúde do Algarve, como as que o nosso jornal revelou em dezembro, são «situações muito pontuais» e serão resolvidos assim que a ARSA seja informada da escassez, «dentro de uma ou duas semanas, no máximo». A garantia foi dada por João Moura dos Reis ao Sul Informação e terá sido repetida aos autarcas algarvios, na reunião de ontem.
Situações de falta de material não decorrem de dificuldades de financiamento, assegurou, mas sim de uma questão logística. «Apesar de estar cá há pouco tempo [como presidente da ARSA], temos tido o cuidado na constituição de stocks mínimos que permitam que haja uma fluidez, de modo a que haja sempre recursos», afirmou.