Se dúvidas ainda houvesse, foram totalmente dissipadas depois da última reunião da Comissão Política do PSD/Algarve: todos os atuais presidentes de autarquias eleitos por este partido terão o apoio da Distrital, caso optem por se recandidatar e ainda estejam em condições de o fazer.
Ou seja, Francisco Amaral vai contar com o apoio do partido, a nível regional, na sua anunciada recandidatura a presidente da Câmara de Castro Marim, apesar da retirada de confiança política do PSD local.
Na sequência desta cisão entre a direção do PSD/Castro Marim e o atual presidente da Câmara, social-democrata e decano dos edis portugueses, o Sul Informação contactou o presidente do PSD/Algarve para saber qual a posição desta estrutura em relação à recandidatura de Francisco Amaral. David Santos remeteu essa decisão para a Comissão Política.
Esta segunda-feira, aquele órgão partidário anunciou que a estratégia regional para as eleições autárquicas de 2017, proposta pela Comissão Política Distrital, tinha sido aprovada «por unanimidade», na reunião de sábado, dia 8, em Loulé.
Assim, ficou decidido que, «em reconhecimento pelo trabalho realizado por aqueles que atualmente exercem funções de presidente de Câmara e de presidente de Junta de Freguesia, os sociais-democratas apoiarão a recandidatura a um novo mandato de todos quantos ainda estejam em condições de o fazer e assim o pretendam».
Curiosamente, entre as secções concelhias que marcaram presença, «representadas, na sua maioria, pelos respetivos presidentes ou vice-presidentes», contava-se a de Castro Marim, a mesma que retirou a confiança política a Francisco Amaral na semana anterior.
Resolvida a questão de Castro Marim, o PSD tem ainda uma outra bem mais complicada a resolver: Portimão. É que o candidato social-democrata eleito vereador nas últimas Autárquicas (Pedro Castelo Xavier) depressa se passou para o lado do PS, viabilizando o executivo liderado pela socialista Isilda Gomes na Câmara de Portimão. Pedro Xavier acabou, entretanto, suspenso por dois anos do PSD.
Falta, assim, encontrar um candidato forte, que possa finalmente cumprir o velho sonho social-democrata de roubar a autarquia portimonense aos socialistas. A solução poderá passar por uma coligação com o CDS de José Pedro Caçorino que, integrado na coligação «Servir Portimão», até foi o segundo mais votado nas Autárquicas de 2013. As negociações estão em curso.
O PSD/Algarve revela, aliás, que a sua estratégia para as Autárquicas 2017 também passa pela sua «abertura e disponibilidade» para a «criação de consensos alargados – envolvendo movimentos espontâneos ou organizados da sociedade civil e outras forças políticas – que permitam apresentar soluções de governação local que corresponda aos legítimos interesses e ambições da comunidade e que permitam alavancar o crescimento sustentável, a coesão social, a igualdade de oportunidades e o emprego em todos os municípios algarvios».
Por outro lado, haverá «uma aposta na renovação das equipas autárquicas para os diferentes órgãos do Poder Local, promovendo uma maior participação dos jovens e das mulheres, procurando, neste particular, ir além daquilo que está estabelecido na designada “Lei da Paridade”, que deverá nortear os diferentes processos de elaboração de listas».
«O PSD/Algarve acredita que, com esta estratégia, a ser integralmente cumprida, e em face da avaliação que fazemos da condução dos destinos de uma parte significativa dos 16 municípios da região, os algarvios poderão vir a conceder-lhe novamente o estatuto de maior partido autárquico da região», concluíram os social-democratas algarvios.
