A degradação da Doca de Faro, a nível estrutural, está a provocar abatimentos nas ruas da Baixa. Os mosaicos de pedra, que servem para impermeabilizar a doca, caíram em alguns locais e a água está a infiltrar-se no subsolo. Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, está preocupado com a situação e diz que o equipamento não pode esperar dois ou três anos por uma obra, que é da responsabilidade da Docapesca.
«Há duas semanas, arranjámos um abatimento, causado por infiltrações, na curva onde se vira para o Jardim Manuel Bívar. Há um problema estrutural: as paredes da doca estão degradadas, as lajetas caíram e a água está a infiltrar-se. Estamos a notar pequenos abatimentos, mas não sabemos o que vem a seguir. Numa ótica de recuperação, mas também de prevenção, temos de intervir rapidamente», revelou Rogério Bacalhau ao Sul Informação.
O problema é que, segundo o autarca, a Docapesca não prevê uma intervenção a curto prazo: «comunicámos isso à Docapesca e foi-nos respondido que haveria intervenções quando houvesse um investidor para a construção da doca exterior, que também vai gerir este este espaço. Comunicámos que não aceitávamos isso, que era preciso haver já uma intervenção, porque este processo pode levar dois ou três anos: lançar o concurso no próximo ano, que levará no mínimo um ano, se as coisas correrem bem, iniciar a obra… Mas aquele equipamento não pode esperar tanto tempo, sob pena de termos ali problemas gravíssimos, que irão necessitar de uma intervenção muito superior».
Para Rogério Bacalhau a situação da Doca de Faro, no centro da cidade, «é triste, não pelo estado em que está, mas pelo estado a que chegou. Se está assim é porque, durante anos e anos, durante décadas, nunca se investiu na manutenção daquele equipamento. Foi votado ao completo abandono. Há problemas de sujidade, mas também de mobilidade. Quando a Ria está baixa, os barcos ficam “em seco”, pondo em causa condições de segurança das próprias embarcações».
Concurso para a nova doca de recreio para lançar no início de 2017
A solução para os problemas de manutenção da Doca de Faro está intimamente ligada à nova doca exterior de Faro, um processo «que está com a Docapesca e que temos vindo a acompanhar e a dar apoio dentro das nossas competências, em particular arranjo urbanístico», explica Rogério Bacalhau.
Segundo o autarca, «houve uma reunião na CCDR há duas semanas, para análise do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução). Logo que esteja aprovado, pode-se passar à elaboração das peças do concurso, para lançá-lo. Espero que, no início do próximo ano, possa ser lançado, para escolher o investidor que vai construir a nova doca de recreio e que vai fazer a manutenção da outra».
O Sul Informação contactou a Docapesca para saber quais os planos de intervenção na Doca de Faro e a entidade, já durante o dia de hoje, prometeu obras em 2017.
Atualização às 14h38: Link para artigo com a resposta da Docapesca às questões enviadas pelo Sul Informação.