A bandeira vermelha, interditando os banhos, foi hasteada hoje «a título preventivo», na Praia dos Pescadores, em Armação de Pêra, depois de ontem ter sido necessário abrir a barra da ribeira de Alcantarilha para escoar a água que já provocava inundações, após as chuvadas do fim do dia.
A Câmara de Silves já explicou que «com a abertura da Ribeira de Alcantarilha ao mar, houve necessidade de efetuar análises à qualidade da água da praia pela APA, cujos resultados são aguardados. Em virtude dos relatórios destas análises demorarem cerca de 18 horas a serem conhecidos foi decidido, a título preventivo, o hastear da bandeira vermelha apenas na Praia dos Pescadores, em Armação de Pera».
Neste momento, acrescenta a autarquia, a situação está «a ser monitorizada pelas entidades competentes, prevendo-se o encerramento da barra da Ribeira de Alcantarilha durante esta noite, assim que se verificarem as condições de segurança necessárias para este procedimento».
Na noite de ontem, 29 de agosto, Armação de Pêra foi fustigada com chuvas intensas.
Devido à elevada pluviosidade e também ao facto do nível da Ribeira de Alcantarilha estar a subir, verificaram-se inundações em alguns estabelecimentos comerciais, na zona baixa da Vila de Armação de Pêra, área identificada como zona de risco de inundações.
Perante este cenário, o presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, com competência nesta área, «decidiu provocar a abertura da barra da Ribeira de Alcantarilha para o mar, evitando assim que ocorresse uma cheia na zona baixa da Vila, salvaguardando, assim, os comerciantes e residentes».
Recorde-se que, ao longo deste mês de agosto, a acumulação de água no estuário da ribeira de Alcantarilha, junto ao lado leste de Armação de Pêra, levou ao aparecimento de milhões de mosquitos, que afetaram turistas, restaurantes, utentes do parque de campismo e residentes.
A Agência Portuguesa de Ambiente (APA), que tem jurisdição sobre a área, em colaboração com a Câmara de Silves, a Junta de Freguesia de Armação e a ARS, reforçaram o combate aos mosquitos com a aplicação de larvicidas e inseticidas e recorrendo até a uma medida extrema, que não deu grandes resultados: a utilização de um helicóptero Kamov, para agitar as águas.
Corrigida às 14h45, retirando a informação, fornecida pela Câmara de Silves, segundo a qual estas chuvas seriam um «fenómeno atmosférico tropical, inabitual para esta zona do globo».
Fontes ligadas à Meteorologia indicaram ao Sul Informação que se tratou de uma situação «normal de chuvadas na segunda quinzena de agosto» e não de algo fora do habitual.