Das 60 barragens portuguesas, 32 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e uma, a do Arade, no Algarve, tem disponibilidade inferior a 40% do volume total, indicam os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
Os armazenamentos de janeiro, por bacia hidrográfica, apresentavam-se superiores às médias de armazenamento de janeiro (1990/91 a 2011/12), exceto para as bacias do Douro, Ribeiras do Oeste e Ribeiras do Algarve (Bravura).
No último dia do mês de janeiro, e comparativamente ao último dia do mês anterior (dezembro), verificou-se um aumento do volume armazenado em 11 bacias hidrográficas e uma descida em uma.
No sul do país, os níveis das albufeiras subiram de dezembro para janeiro devido às chuvas que caíram nas duas últimas semanas do mês passado.
Ainda assim, continua a haver albufeiras abaixo de metade da sua capacidade. De todas as 60 barragens em todo o país monitorizadas pelo SNIRH, as que apresentam atualmente os níveis mais baixos situam-se no Algarve e na mesma bacia. São elas, a barragem do Arade, que tinha apenas 15% da sua capacidade, e Funcho, com 42,8%.
Para compensar, a terceira barragem desta Bacia do Arade, a de Odelouca, apresenta uma disponibilidade de 72,1%.
No Sul do país, a disponibilidade nos sistemas é de 59,1% na Bacia do Arade (Arade, Funcho e Odelouca), de 65,9% nas Ribeiras do Algarve (Bravura), 71,8% na Bacia do Sado ((barragens de Alvito, Campanilha, Fonte Serne, Monte Gato, Monte Miguéis, Monte da Rocha, Odivelas,m Pego do Altar, Roxo e Vale do Gaio), 83,4% na Bacia do Mira (Santa Clara e Corte Brique) e ainda 89% na do Guadiana (Abrilongo, Alqueva, Beliche, Caia, Enxoé, Lucefecit, Monte Novo, Odeleite e Vigia).
Nesta última bacia, a albufeira de Alqueva tem 91,6% da sua capacidade, enquanto Odeleite tem 80% e Beliche 72,6%.
No Mira, há mesmo uma albufeira com 100% da sua capacidade (Corte Brique), enquanto Santa Clara exibe uns confortáveis 83,5%.
No Algarve, apesar do baixo nível da barragem do Funcho (15%) e da do Funcho (42,8%), albufeira que se situa na mesma ribeira, embora mais a montante, a Associação de Regantes não parece estar preocupada.
José Vilarinho, presidente da Associação de Regantes do Arade, explica que «depois da entrada em funcionamento de Odelouca, que se destina a fins domésticos, a barragem do Funcho ficou destinada apenas a fins agrícolas e a água de que dispõe, em conjunto com o Arade, chega para as nossas necessidades».
José Vilarinho acrescentou que ambas as albufeiras servem cerca de 1300 propriedades agrícolas, na sua maioria produções de citrinos e hortícolas, havendo ainda cerca de 300 hectares de arrozais. A rega dessas culturas começa em maio.
