O bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel Silva acredita que, num futuro próximo, os médicos formados em Portugal poderão ter de sair do país, «à procura de melhores condições». Uma mensagem transmitida aos alunos do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Universidade do Algarve, numa reunião que teve lugar esta quarta-feira.
José Manuel Silva «considera que se estão a formar especialistas a mais, embora reconheça que existem algumas especialidades com falta de profissionais, mas prevê que em 2025, segundo um estudo apresentado, existam entre 6 a 9 mil especialistas em excesso», segundo revelou a UAlg, numa nota de imprensa.
A passagem pela universidade algarvia esteve integrada numa visita de dois dias à região do bastonário e serviu não só para José Manuel Silva transmitir a uma sala cheira de estudantes de Medicina «as mais recentes propostas de alteração do Regulamento do Internato Médico e da prova de acesso à especialidade», mas também para se reunir com a direção do curso e com o reitor da instituição António Branco.
O MIM formou os primeiros médicos no final do passado ano letivo e esse foi um dos temas de conversa entre a direção do curso e o bastonário. «Esta visita serviu também para transmitir ao Bastonário o balanço positivo do MIM, que já vai na sua quinta edição, tendo já formado 29 médicos, que já estão a realizar o Ano Comum em hospitais», segundo a diretora do MIM Isabel Palmeirim.
Sobre as propostas de alteração do Regulamento do Internato Médico, o Bastonário disse que «a Ordem dos Médicos vai continuar a assegurar o regulamento».
Na sua opinião «a verdadeira reforma do Estado ainda não se fez» e «as perspetivas de futuro não são animadoras». «Em jeito de conselho, o presidente da Ordem termina a reunião pedindo aos futuros médicos que acima de tudo centrem a sua ação em duas palavras: “qualidade e vocação”», concluiu a UAlg.
Deputados do PSD visitam curso de Medicina
Depois de acolherem o bastonário da Ordem dos Médicos, alunos e direção do MIM preparam-se para receber os deputados do PSD eleitos pelo Algarve, que estarão na segunda-feira em Gambelas, a partir das 14h30, para ficar a conhecer melhor o curso.
A visita contará com a presença de Mendes Bota, Pedro Roque, Elsa Cordeiro e Cristóvão Norte, que «contactarão com responsáveis, alunos e professores do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, para se inteirarem da forma como o mesmo tem decorrido, qual a saída anual de médicos para o mercado de trabalho, qual a taxa de fixação esperada na Região, quais as potencialidades a explorar e as dificuldades a superar».
«Um dos aspetos mais problemáticos do sector da Saúde no Algarve reside na falta de médicos, e na escassa atratividade da Região para com este tipo de profissionais, sendo uma situação recorrente os concursos públicos ficarem desertos», consideram os deputados social-democratas numa nota de imprensa.