A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) apelou «ao bom senso» do Bloco de Esquerda e pediu que mandasse retirar os cartazes que colocou a criticar o Governo português, com uma frase em alemão traduzida para português, e se encontram afixados por todo o país e em diversos pontos do Algarve, «em nome do interesse nacional», mas o BE já fez saber que não tem qualquer intenção de o fazer.
«A AHETA não coloca em causa a legalidade nem a legitimidade das várias forças políticas e partidárias, sejam elas quais forem, de contestarem os governos ou outras instituições, mas condena e não aceita campanhas cujos objetivos são atentatórios de interesses públicos gerais», disse a associação, numa nota de imprensa enviada às redações.
Os bloquistas não demoraram a reagir, garantindo que não irá mandar retirar qualquer cartaz e que, «em democracia, não cabe a qualquer empresário ou associação de empresários aceitar ou recusar qualquer forma de propaganda política legal, como é o caso».
Ambas as posições foram tomadas esta terça-feira, com a AHETA a “abrir as hostilidades”, através de uma nota de imprensa. No documento enviado à comunicação social, a associação empresarial manifestou a sua «indignação» e contestou a colocação dos cartazes «deliberadamente, junto de resorts, campos de golfe e empreendimentos turísticos da região, tendo em vista passar uma mensagem crítica aos turistas alemães que nos visitam».
A associação alega, ainda, que «a colocação destes cartazes em língua alemã junto de empreendimentos turísticos pressupõe uma crítica direta ao governo da Alemanha, facto que vem gerando uma situação generalizada de desconforto junto dos turistas oriundos daquele país, confrontados com algo que consideram totalmente inusitado».
Já o Bloco de Esquerda, num esclarecimento sucinto enviado posteriormente às redações, garante que tem «dez cartazes no Algarve, que estão colocados, na sua maioria, junto a rotundas e estradas nacionais, ou seja, locais de grande visibilidade e movimentação de pessoas».
