O Bloco de Esquerda de Olhão votou no PSD para Assembleia Municipal por considerar que «esta mudança é essencial para que [os partidos da oposição] possam, com transparência e sem quaisquer constrangimentos, implementar as medidas constantes dos seus programas eleitorais, em prol da defesa dos interesses da população de Olhão».
O partido veio a público justificar o sentido de voto na eleição do presidente da AM de Olhão, escrutínio em que tanto o BE como a CDU apoiaram a lista do PSD, algo muito raro. Foram os votos combinados destas duas forças que permitiram eleger Daniel Santana como presidente deste órgão, militante social-democrata que se torna o primeiro presidente da AM de Olhão não socialista desde o 25 de abril.
Os bloquistas recusam ter votado nos social-democratas por vingança contra o PS, mas sim para demonstrar «uma inabalável vontade de mudança, comum a todos os quadrantes políticos, independentemente das respetivas bases ideológicas».
Para o BE, o resultado da votação de segunda-feira, bem como os das eleições de 29 de setembro (ganhas pelo PS, que perdeu a maioria absoluta na Câmara e na AM), é «um protesto uníssono dos olhanenses contra a opacidade com que o PS tem conduzido a vida do município há quase 40 anos, um rompimento irreversível com os “velhos hábitos” desta autarquia».
O BE defende ser «necessário restaurar a confiança na Assembleia Municipal, garantindo que os deputados municipais possam aceder livremente e sem quaisquer condicionamentos à informação que, através da mesa da Assembleia, é possível obter da câmara Municipal, assegurar a transparência do processo deliberativo, revitalizar o papel fiscalizador da Assembleia Municipal, defender a participação dos cidadãos nas tomadas de decisão».