O Bloco de Esquerda acusa o ministro da Educação Nuno Crato de fazer «o pior início de ano letivo de que há memória na democracia portuguesa» e associou-se «à indignação, preocupação e desagrado dos autarcas algarvios, pela forma como o Governo tem vindo a gerir a colocação dos professores».
O bloco apoia-se no levantamento feito pela AMAL-Comunidade Intermunicipal do Algarve, que revelou que faltavam, na primeira semana de Outubro, mais de 300 professores nas escolas algarvias, e nos dados conhecidos a nível nacional para defender que «quem começa assim um ano letivo, não tem condições para fazer o próximo».
«Os agrupamentos de escola receberam orientações para a anulação das colocações dos professores da bolsa de contratação, horas antes do anúncio de divulgação das novas listas, que substituíam as anteriores, onde foram detetados erros», resumem.
Uma instabilidade que, recordam os bloquistas, se estendeu aos professores de ensino especial. «Até ao início do mês de outubro, para muitas crianças dos concelhos na região Algarvia – Olhão, Faro, Loulé, Vila Real de Santo António, Silves e Castro Marim – o ano lectivo ainda não tinha começado, tendo os encarregados de educação recebido notificações para não levarem os filhos à escola até indicação em contrário», ilustrou aquele partido.
A falta destes docentes em Olhão, que afetou 21 escolas daquele concelho, já havia sido levada pelo Grupo Parlamentar do BE à Assembleia da República.
«O Bloco de Esquerda Algarve manifesta-se pela demissão do Ministro Nuno Crato, exige que o Governo assuma responsabilidades políticas pelo erro que cometeu e solidariza-se com todos os professores, pais e alunos que a 5 semanas após o arranque oficial das aulas ainda desconhecem os seus horários, e apela a que os alunos não venham a ser prejudicados nas bases pedagógicas para o sucesso escolar», conclui o BE/Algarve, numa nota de imprensa.