O Bloco de Esquerda está preocupado com a intenção da administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio de passar a cobrar estacionamento.
O Hospital de Portimão, que tem cerca 1200 lugares de estacionamento, abriu recentemente um concurso público com vista à concessão da exploração dos parques de estacionamento. A renda a cobrar pelo hospital à entidade que venha a ganhar o concurso será de 2500 euros mensais.
No requerimento que o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo endereçou ao Ministério da Saúde, refere-se que os funcionários «ficarão isentos de pagamento e que haverá tolerância para táxis», mas «todas as outras pessoas que necessitem estacionar terão que pagar, desconhecendo-se ainda os valores a praticar».
O BE considera esta decisão de criar estacionamento pago como uma «mercantilização do estacionamento nos espaços do Serviço Nacional de Saúde, que acaba por funcionar como fonte de financiamento para entidades públicas e privadas, à custa da doença e da urgência das/os doentes».
«De facto, quando alguém se sente necessitada/o de cuidados médicos, dirige-se à instituição que lhe parece mais adequada pelos meios que tem ao seu dispor. Seja por contingências geográficas, horárias ou pessoais, o transporte utilizado é muitas vezes o automóvel», sublinha João Semedo.
«Não é aceitável que as instituições públicas de saúde se aproveitem deste momento de fragilidade das pessoas, forçando-as a pagar o estacionamento da viatura que as transportou até ao hospital, sendo muitas vezes esta a única forma de transporte de que dispõem», acrescenta o deputado bloquista.
Por outro lado, «os preços praticados no estacionamento tendem a assumir valores exorbitantes, como já se tem verificado noutros hospitais no país», sublinha.
Assim, o Bloco de Esquerda considera fundamental que o Governo «esclareça qual a sua posição relativamente à obrigatoriedade de pagar o estacionamento nos hospitais da rede do SNS e que imponha medidas que acautelem as necessidades das pessoas que se deslocam aos hospitais em situação de urgência, mais ainda quando o Provedor de Justiça já se pronunciou negativamente sobre os preços exorbitantes praticados no estacionamento hospitalar».