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hospital de Portimão5A morte de um homem no Hospital de Portimão «em circunstâncias pouco claras» levou os deputados do Bloco de Esquerda a perguntar ao Governo que medidas pensa tomar para averiguar o que se passou.

O homem deu entrada, pela primeira vez, nas urgências desta unidade de saúde no final de Dezembro e só não recebeu alta no mesmo dia devido à insistência da família. Acabou operado de urgência em meados de Janeiro, depois de esperar quinze dias por uma colonoscopia, e «faleceu no dia a seguir».

Agora, os bloquistas querem saber se o Ministério da Saúde e a Inspeção Geral de Saúde vão abrir um inquérito ao sucedido. A nível interno, não deverá acontecer qualquer inquérito, a menos que «a família do utente apresente queixa», segundo esclareceu o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve.

Algo que está ligado ao facto do Bloco de Esquerda não ter avançado a identidade do utente que faleceu, para respeitar a privacidade da família. «Nós não podemos ter a certeza de quem se trata, pelo que não é possível prestar esclarecimentos sobre o sucedido», alegou o CHA.

Mesmo sem queixa apresentada, os deputados do Bloco de Esquerda consideram haver matéria suficiente para que a tutela procure esclarecer o que se passou. E deixam uma descrição detalhada deste episódio.

«Em finais do mês de dezembro, o utente deu entrada nas urgências do Hospital e foi triado com pulseira laranja, ou seja, foi tido como um caso muito urgente, no entanto, recebeu alta no mesmo dia com o diagnóstico de “hemorroidas exteriorizadas, fezes acastanhadas com vestígios de sangue”», conta o BE.

hospital de PortimãoOs familiares contestaram esta decisão de mandar o homem para casa, «considerando que o quadro clínico do doente não se compaginava com a alta», e conseguiram com que o utente ficasse no Hospital, ainda que na sala de decisões clínicas, onde permaneceu «durante dois dias, a aguardar exames complementares de diagnóstico (ECD) e avaliação gastro/cirurgia geral». «Findo este período, e sem terapêutica dirigida, o clínico responsável opta por internar o doente que fora, entretanto, contagiado com uma bactéria resistente».

«De acordo com os relatórios médicos a que os deputados do Bloco tiveram acesso, o doente esperou durante duas semanas pela realização de uma colonoscopia, devido à falta de gastroenterologia nas urgências daquele hospital e em toda a região do Algarve e, durante este período, registou-se ainda a falta de realização de exames e o “desaparecimento” de outros do sistema», revelaram os bloquistas.

Em meados de Janeiro, o quadro clínico do doente agravou-se e foi operado de urgência, tendo vindo a falecer no dia seguinte.

Entretanto, os deputados do Bloco de Esquerda João Vasconcelos (eleito pelo Algarve) e Moisés Ferreira endereçaram ao Ministério da Saúde outra questão, relacionada com o Hospital de Portimão. O utente foi internado, para realização de uma cirurgia, mas acabou por ser reenviado para casa por falta de anestesista.

«Por um lado não é aceitável sujeitar-se um doente a esta situação tão ansiogénica e, por outro, é necessário saber por que motivo o doente foi admitido se não havia anestesista bem como (saber) porque não havia anestesista», consideraram os parlamentares bloquistas.

Assim, querem saber «quantos anestesistas integram os quadros das unidades do Centro Hospitalar do Algarve, quantos deviam exercer funções naquelas unidades e que medidas têm sido desenvolvidas para colmatar a falta de anestesistas.

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