Os Bombeiros do Algarve e do Baixo Alentejo continuam à espera de receber a verba que lhes é devida pela assistência dada ao Vodafone Rally de Portugal de 2014.
A Federação de Bombeiros do Algarve e a Associação Humanitária de Bombeiros de Almodôvar têm a haver mais de 122 mil euros, em conjunto, situação que afeta não só as corporações, mas também os soldados da paz em si.
«Há um compromisso que não está a ser cumprido. Os nossos bombeiros precisam de receber o dinheiro que lhes é devido. Tanto as corporações como os bombeiros estão a financiar o Automóvel Clube de Portugal (ACP). Isto, parece-me a mim, é uma inversão das coisas», considerou o presidente da Federação dos Bombeiros do Algarve Paulo Morgado ao Sul Informação.
Segundo Paulo Morgado, a entidade que lidera está à espera de mais de 77 mil euros (77,436 mil euros), enquanto os congéneres do distrito de Beja esperam quase 45 mil euros (44,952 mil euros). Contas feitas, há 122 mil e 389 euros em falta, quando o serviço foi prestado entre os dias 3 e 6 de abril.
Da parte do ACP, chega a garantia de que a dívida só não foi paga porque a entidade organizadora do Vodafone Rally de Portugal também continua à espera de receber «uma verba de 500 mil euros da parte do Ministério da Economia».
«A situação é exatamente a mesma que no ano passado. Estamos à espera da verba do Ministério da Economia e, só então, poderemos pagar. As dívidas serão todas pagas. Pode é demorar mais tempo do que nós desejamos», revelou ao nosso jornal o ACP, através do seu gabinete de comunicação.
Para já, não há qualquer perspetiva sobre quando chegará o apoio prometido pelo Estado, uma vez que a tutela não terá apontado, ainda, qualquer data para saldar o compromisso que assumiu com o ACP.
Já Paulo Morgado garante que esta explicação não lhe foi dada pelos organizadores da prova, embora admita que não tenha feito «nenhuma diligência oficial nesse sentido», dado que a Federação de Bombeiros do Algarve tem estado em processo de mudança de sede.
Mas, apurou o nosso jornal, o Comando Distrital de Operações de Socorro do Algarve já há muito que procura saber, junto do ACP, quando será paga esta dívida. A resposta que recebeu, já este mês, foi a mesma: o pagamento depende da chegada do patrocínio do Governo.
Entretanto, os bombeiros algarvios e do Baixo Alentejo vão esperando que lhes seja pago um serviço prestado há mais de três meses. Além das horas gastas pelos operacionais, que ajudam a garantir a segurança do evento, há que contabilizar os gastos em material e deslocações, nomeadamente combustível.
E, se em 2011, as corporações afetadas ameaçaram boicotar o evento, em 2015 esta forma de pressão não poderá ser feita, uma vez que o Rally de Portugal se irá realizar no Norte do País, no ano que vem, naquela que será «uma experiência» pedida pela Federação Internacional de Automobilismo.