«Proteger pessoas e bens» no vale que fica a Sul da Fóia, em Monchique, é a atual prioridade dos homens que estão a combater o incêndio que desde ontem à tarde está a lavrar na Serra de Monchique, numa zona de mato e eucaliptal.
Segundo revelou ao Sul Informação o comandante Richard Marques, do Centro Distrital de Operações de Socorro de Faro, o incêndio continuava ativo, ao início da tarde de hoje, domingo, e os meios no terreno estão a concentrar-se junto às zonas habitadas, para evitar males maiores.
Segundo o CDOS, os oito meios aéreos (4 ligeiros, 2 médios e 2 pesados) e as seis máquinas de rasto que estão a dar apoio aos 363 homens e 120 veículos no terreno estão a ter um papel preponderante no combate ao fogo. Em muitas zonas, o acesso a meios terrestres é difícil ou mesmo impossível, pelo que só através do ar ou da abertura de caminhos se consegue lá chegar.
«O incêndio mantém-se com uma frente ativa, a evoluir para Sul. É a Sul da Fóia que a situação está mais complicada, na zona mais a Norte já está quase consolidado. O fogo está agora num vale onde há muita habitação dispersa, pelo que a nossa prioridade tem sido a proteção das pessoas e dos seus bens», revelou Richard Marques.
Isso permitiu que, quase 24 horas depois do início deste incêndio, não haja a lamentar quaisquer vítimas humanas ou danos patrimoniais avultados. Mas a estratégia adoptada «também obriga à dispersão de meios, que não permitem concentrar todas as forças no combate à frente de fogo».
No terreno, estão bombeiros de todas as corporações do Algarve e já foram despachados «grupos de reforço vindos de Beja, Évora e Lisboa». «Também já tivemos o reforço de três pelotões do exército», acrescentou o porta-voz do CDOS Faro.
Com o nascer do dia, que permitiu aos meios aéreos voltar a operar, os bombeiros puderam dar uma resposta mais eficaz. Durante a noite, a meteorologia foi adversa, já que se verificaram «temperaturas acima dos 30 graus, humidade relativa muito baixa, perto dos 15 por cento, e o vento levantou». Logo pela manhã, também os meios terrestres foram reforçados.
Richard Marques pediu ainda que a população evite ir para a zona onde o incêndio está a lavrar. Quem quiser ajudar e contribuir com água ou outros bens, para os bombeiros no terreno, «deverá dirigir-se aos serviços de proteção civil», nomeadamente os de Portimão, Monchique e Silves, que estão envolvidos na operação. Também no terreno, estão meios da GNR, da Cruz Vermelha Portuguesa e da Afolcelca (Soporcel).
Entretanto, o presumível responsável pelo incêndio já foi detido pela GNR.