Os sons, cheiros e cores do Mediterrâneo vão estar em destaque na vila histórica de Cacela Velha, entre os dias 18 e 21 de julho, na primeira edição das Noites de Encanto.
Com a Ria Formosa como pano de fundo, o evento revisita os tempos em que a população moura tinha um importante peso no sul do território, cujas marcas continuam a refletir-se nos hábitos, nos costumes e nas paisagens.
Durante quatro dias, a cultura do Oriente irá também refletir-se nos múltiplos recantos de Cacela Velha, com coloridos mercados (souk), animação de rua, exposições e concertos diários, recriando a tolerância e a convivialidade que distinguiram a história do antigo al-Andalus.
Os finais de tarde irão também convidar à conversa, que versará sobre temas tão diferentes como «A poesia no Gharb al-Andaluz», os «Jogos e a convivialidade no al-Andaluz» e o «Algarve Medieval».
Paralelamente, haverá workshops diários de dança oriental, uma exposição sobre as tradições e instrumentos da música árabe, bem como uma mostra sobre as cerâmicas islâmicas de Cacela.
O roteiro musical inclui ainda espetáculos de música do Magrebe e Médio Oriente, com os grupos «Beth Nahrin» e «Ibn Misjan», que terão lugar no espaço do antigo cemitério de Cacela.
As Noites d’Encanto são uma organização conjunta da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António / CIIP, da Ibérica – eventos e espetáculos e da Associação de Defesa do Património de Cacela (Adrip).
A entrada é livre, à exceção dos espetáculos musicais, que custarão cinco euros.
Porquê Cacela?
O Mediterrâneo e os territórios que em torno dele se organizam sempre tiveram a capacidade de atrair gentes de diferentes culturas e credos e a localização geográfica do Algarve – o antigo Gharb – sempre facilitou, desde a antiguidade, as trocas culturais e comerciais.
Cacela, importante núcleo urbano durante este período, foi um relevante ancoradouro integrado nesta densa rede de ligações, cujos barcos que ali aportavam, vindos do Levante, traziam novas modas, produtos e costumes.
Após a reconquista, ocorrida no século XIII, a essência da presença da população moura no sul do território continuou a refletir-se nos hábitos, costumes e paisagens, sendo ainda hoje possível observar marcas dessa época de esplendor.
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