A Câmara de Faro passou de ano «sem atrasos nos pagamentos a fornecedores, nem pagamentos em atraso», algo que «constitui uma novidade em 10 anos de gestão autárquica», anunciou a autarquia.
Além de poder assumir, finalmente, o estatuto de “boa pagadora”, a edilidade farense também conseguiu uma redução substancial da dívida total. Só no último ano, foi conseguida uma redução do passivo de perto de 9 milhões de euros.
Fazendo as contas aos últimos exercícios, as dívidas da autarquia desceram dos 71,7 milhões de euros em 2010, para os 43,8 milhões do final de 2015, o que significa uma «redução de 39 por cento, em cinco anos».
A edilidade farense tem vindo a sujeitar-se a uma profunda reestruturação financeira, que levou a vários ajustes para redução de despesas, que passaram por uma diminuição dos quadros da autarquia, renegociação de contratos e a extinção de parte das empresas municipais que existiam.
Pelo meio, a Câmara de Faro recorreu ao Plano de Apoio às Autarquias Locais (PAEL), no âmbito do qual contraiu um empréstimo de perto de 17 milhões de euros, que, com os 5,7 milhões que pediu emprestados à banca, serviram para limpar todas as dívidas vencidas, com mais de 90 dias.
Tudo isto ajudou aquele que era há muito um objetivo assumido pelo executivo camarário: pagar sempre a horas. «Esta realidade permite que a Câmara possa finalmente assumir, com pleno direito, o estatuto de parceiro credível perante os seus fornecedores, associações do concelho e entidades bancárias. Efetivamente, hoje, todos reconhecem que a Câmara de Faro é pessoa de bem, credora de toda a confiança, e isso repercute-se nos preços praticados pelos seus parceiros e no cumprimento dos prazos de execução dos contratos com eles assinados», salientou a Câmara de Faro, numa nota de imprensa.
Quanto às contas da autarquia, além da redução da dívida, houve também «uma taxa de execução orçamental historicamente elevada».
«No que respeita à receita total, esta atingiu em 2015 os 40,17 milhões de euros, o que equivale a uma taxa de execução orçamental de 98,80 por cento. Nos anos de 2014 e 2010, a taxa de execução havia ficado nos 88,19 por cento e 34,33 por cento respetivamente. Este é um dado relevante porque permite aferir que hoje, o orçamento do Município é um documento previsional credível e transparente», segundo a Câmara.
No lado da despesa, foram executados mais de 34 milhões de euros, «o que corresponde a uma taxa de execução de 85,39 por cento». Em 2010, esta taxa «cifrou-se nos 32,70 por cento».