A Câmara de Faro enviou um ofício ao Farense para saber quando, e se, começam as obras de arrelvamento da Pista de Atletismo da cidade. António Barão, presidente do clube, tinha garantido ao Sul Informação que as obras avançariam até ao dia 20 de abril, ao abrigo de um protocolo entre a autarquia e o clube, mas a verdade é que ainda não começaram e o executivo quer saber qual a razão.
Segundo o vereador Paulo Santos, a autarquia já enviou um ofício ao Farense «para saber se o clube mantém o interesse, e se tem os meios para executar a obra e, se tem, quando?», estando agora a aguardar uma resposta do clube.
O protocolo celebrado entre clube e autarquia não fixava uma data limite para o início das obras, «talvez erradamente», assume Paulo Santos. No entanto, o acordo assinado há mais de um ano e que tem uma duração de dez anos, pode ser denunciado, segundo o vereador, por uma das partes, com uma antecedência de 90 dias.
O Sul Informação contactou António Barão, mas o presidente do Farense disse não falar sobre o tema, remetendo explicações «para o “gajo” do rugby», referindo-se ao Clube de Rugby da Universidade do Algarve (CRUAL), que é um dos clubes que utiliza aquele espaço e que mais se tem queixado do atraso das obras.
O responsável pelo CRUAL Ricardo Rafael, por sua vez, lamenta a falta de desenvolvimentos e lembrou que o clube já apresentou à autarquia uma solução: «no final de fevereiro, início de março, enviámos à Câmara um plano de obras para recuperar o relvado, mas não tivemos resposta. Também já enviei um e-mail para o presidente e não houve resposta. Na última semana, fui à reunião de Câmara e a resposta foi “empatar”».
Segundo Ricardo Rafael, a intervenção proposta pelo CRUAL necessitava apenas de «apoio logístico e técnico da Câmara», uma vez que a relva seria cedida por campos de golfe da região e o projeto estava a ser desenvolvido por professores de Agronomia e Arquitetura Paisagista da UAlg.
Para o responsável do clube de rugby, «o Farense não usa o espaço, não faz e nem deixa fazer», e «por causa de um clube profissional, está condicionado o trabalho de clubes amadores».
Até porque «está protocolado que o Farense é responsável pela manutenção da pista, e nem isso está a fazer», denuncia Ricardo Rafael.