As obras de recuperação da ponte rodoviária D. Maria II, que foi fechada ao trânsito este sábado depois de uma inspeção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) ter detetado problemas na estrutura, vão começar mal esteja concluído o relatório do LNEC, revelou António Marreiros, vice-presidente da Câmara de Lagos.
A ponte, situada no antigo troço da EN125 à entrada de Lagos, e que facilita o acesso à Meia Praia e à Marina de Lagos, foi alvo de uma inspeção pedida pela autarquia e feita na sexta-feira, dia 10, tendo sido «detetados danos graves nos dois primeiros arcos, contados a partir da margem esquerda, decorrentes do assentamento do primeiro pilar».
«Os danos correspondem à fendilhação em toda a largura destes arcos, com alteração significativa da sua geometria», segundo o relatório preliminar do LNEC.
De acordo com a equipa técnica que analisou a situação, citada pela Câmara, «as anomalias observadas comprometem de modo significativo a capacidade resistente destes arcos, sendo possível o seu colapso de forma brusca».
O LNEC recomendou, por isso, a interdição da Ponte D. Maria II a tráfego e a peões, enquanto não forem realizadas as obras necessárias à sua consolidação.
A Câmara de Lagos procedeu ao encerramento da centenária Ponte D. Maria II às primeiras horas de sábado, dia 11, fechando-a ao trânsito automóvel e mesmo pedonal.
Na semana passada, a ponte tinha sido pavimentada e foi durante esses trabalhos que técnicos da autarquia detetaram «vibrações causadas por alterações nas juntas de dilatação», tendo sido isso que levou a Câmara a «pedir ao Laboratório uma inspeção mais profunda, com urgência, que veio a detetar danos graves na base da estrutura», explicou o vice-presidente António Marreiros.
Entretanto, devido ao fecho desta ponte, todo o trânsito de acesso à Meia Praia e à Marina de Lagos, situada na outra margem da Ribeira de Bensafrim, tem agora de ser feito pela variante à EN125.
Para tentar diminuir o congestionamento, a Câmara de Lagos está já a estudar formas de regular o trânsito nesse acesso, que podem incluir a construção de rotundas.
Este sábado, apesar de o fecho da Ponte D. Maria II ser bem visível, devido à colocação de placas de trânsito proibido e de grades vedando o acesso, havia quem se arriscasse a passar a pé, até porque não havia nenhuma sinalização, além das barreiras físicas, que indicasse a interdição da travessia pedonal.
Também não era visível qualquer indicação sobre o acesso alternativo à Meia Praia e à Marina.