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A Câmara Municipal de Lagos «nada teve a ver com a atuação das forças policiais e de segurança económica e alimentar que decidiram efetuar uma ação de fiscalização na conhecida Feira das Velharias de Barão de S. João». A intervenção, segundo a autarquia, terá resultado, «ao que nos foi dado saber, de diversas reclamações e suspeições apresentadas às referidas autoridades».

A Câmara de Lagos comenta assim, a pedido do Sul Informação, o comunicado divulgado esta semana pelo MPT/Lagos, responsabilizando a autarquia «pelo fim da feira de Barão de São João».

O MPT/Lagos considera mesmo que «a recente grande operação levada a cabo por parte das autoridades, resultando em milhares de euros em coimas e que provocou o fim da feira de Barão de São João, foi uma consequência da continuada situação de negligência da autarquia sobre esta freguesia rural».

«Não se percebe como é que, para zonas privilegiadas da cidade, existe dinheiro para feiras comemorativas e são criadas condições para venda de velharias no estacionamento do complexo desportivo, enquanto na localidade mais remota do concelho, sede da freguesia rural cuja extinção se aproxima, a Câmara Municipal não teve qualquer resposta que evitasse o fim da feira de velharias mais antiga e popular do concelho», disse Paulo Rosário Dias, responsável pela estrutura local do MPT.

O MPT/Lagos acusa a Câmara, liderada pelo socialista Júlio Barroso, de «negligente desaproveitamento económico das potencialidades do concelho» e defende que «as atividades comunitárias desta natureza como as feiras e mercados, vendas ambulantes e as feiras de velharias e antiguidades podem e devem ser valorizadas, devendo ser-lhes facultadas as condições, um melhor enquadramento legal e ordenamento urbano, como também incrementando a valia turística e promocional».

«Não podemos garantir um novo parque de feiras como outros partidos o prometeram nas últimas campanhas eleitorais e nada fizeram para o conseguir, o que podemos afirmar é que a falta de recursos não justifica a falta de ação e há mesmo muito trabalho que pode ser produzido sem aumentar a despesa», acrescentou ainda Paulo Rosário Dias.

Respondendo às acusações, a Câmara de Lagos salienta que «esta conhecida feira teve uma génese popular local, nunca foi organizada pela Câmara Municipal, nem nunca teve qualquer espécie de licenciamento e fiscalização por parte do município».

A Câmara adianta mesmo que, com a colaboração das forças policiais e das Juntas de Freguesia, está «a promover os estudos necessários com vista à verificação das condições em que este tipo de eventos podem ser realizados, no estrito cumprimento de todas as leis e regulamentos aplicáveis, para salvaguarda do trânsito automóvel, da segurança de pessoas e bens e do respeito pelas regras da atividade económica impostas por lei, nomeadamente pela Lei nº 27/2013 de 12 de Abril».

Para o efeito, a Câmara Municipal espera «poder contar também com a colaboração quer de vendedores, quer de frequentadores deste tipo de eventos populares e comerciais».

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