A Câmara Municipal de Odemira aprovou, por unanimidade, na sua reunião de dia 20, um parecer político onde manifesta a sua discordância em relação ao relatório do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (GTIEVA), que exclui o IC4 como investimento prioritário.
Os autarcas odemirenses entendem que o Governo “vira costas ao desenvolvimento do Sudoeste Alentejano, às suas pessoas e seus empreendedores”, pois nem sequer analisou este troço, previsto no Plano Rodoviário Nacional (PRN2000), no âmbito deste estudo.
O Governo criou, em 2013, o Grupo de Trabalho “Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado”, para produzir um relatório de propostas prioritárias a executar no horizonte 2020, documento recentemente divulgado e sujeito a discussão pública.
Depois de analisar o Relatório, aquela autarquia aponta que “somos levados a concluir do virar de costas do Governo ao desenvolvimento do Sudoeste Alentejano, pois mais uma vez o troço do IC4 (Sines/Lagos) ficou de fora, e uma vez mais, a Câmara Municipal de Odemira vem demonstrar o seu descontentamento e incompreensão sobre esta matéria”.
Para este município, “o IC4 ajudaria a região e o País a desenvolver-se economicamente, permitindo uma via direta de um conjunto de mercadorias e bens a Sines e ao IP8 (e através deste à A2 e a Espanha), o crescimento da atratividade turística, para além de permitir uma ligação confortável e de menos de 1 hora de Odemira ao HLA – Hospital do Litoral Alentejano”.
Numa região “onde ocorrem grandes investimentos privados nos domínios industrial, florestal, agroalimentar e turístico, onde se exportam diariamente dezenas de milhões de euros de produção nacional e de produtos de valor acrescentado, numa região onde existe um claro deficit de vias estruturantes nas ligações entre os centros produtores, os maiores centros urbanos e os grandes eixos rodoviários do país”, os autarcas afirmam que “é evidente que a conclusão do Plano Rodoviário Nacional na região é vital para o seu crescimento económico e desenvolvimento sustentável”.
A Câmara Municipal de Odemira diz que “não pode ficar indiferente a este quadro e manifesta, desde já, o seu mais veemente protesto por este troço do itinerário – IC4 (Lagos/Sines), que tarda em servir esta região do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, não constar do referido relatório. Não estamos a pedir autoestradas ou portos, estamos a pedir um itinerário complementar para uma zona bastante distante das grandes rodovias nacionais”.
O parecer aponta que “já não chega a dificuldade nas acessibilidades locais e todas as restrições ambientais que as populações locais suportam, senão a descriminação negativa de Odemira ser o único concelho do Litoral Português a não ter uma ligação do tipo IC, apesar da sua sede se situar a mais de 45 km da A2”.
Será dado conhecimento do parecer e posição tomada ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, Ministério da Economia, Grupo de Trabalho das Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (GTIEVA), Associações Empresariais da região, bem como às Câmaras Municipais e Assembleias Municipais de Lagos, Aljezur, Santiago do Cacém, Sines e Ourique e Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano (CIMAL) e Associação de Municípios do Baixo Alentejo (CIMBAL).