José Estevens deixou de ser militante do Partido Social Democrata. O ex-presidente da Câmara de Castro Marim pelos social-democratas e até, hoje, 2 de Março, presidente desta concelhia do partido, anunciou a devolução o seu cartão de militante social-democrata numa carta aberta dirigida ao presidente do PSD Pedro Passos Coelho.
A decisão surge depois da Comissão Política Nacional do PSD ter confirmado que o presidente da Câmara Francisco Amaral seria recandidato do PSD à Câmara castromarinense, em detrimento do próprio José Estevens, nome indicado pelo PSD de Castro Marim, há muito em “guerra” com o atual edil.
«(…) Devolvo a V. Exª. o meu cartão de militante do PSD, reassumindo assim a minha liberdade, valor que considero primeiro entre os primeiros», escreve o ex-edil castromarinense, na conclusão de uma missiva em que acusa o líder dos social-democratas de ter feito «tábua rasa dos estatutos do partido» no processo de escolha do candidato do partido em Castro Marim.
Em causa a afirmação feita por Passos Coelho, num encontro com a imprensa regional – nas palavras de Estevens, uma conferência de imprensa «astuciosamente preparada – , no qual o Sul Informação esteve presente, que não havia nenhuma razão pela qual o atual presidente da Câmara de Castro Marim, o social-democrata Francisco Amaral, «querendo», não fosse o candidato do partido naquele concelho.
Uma afirmação que não foi bem acolhida pela concelhia do partido e pelo seu presidente, que já há muito haviam retirado a confiança política ao atual edil. Esta estrutura acabou por propor o nome de José Estevens como candidato, escolha rejeitada pela Comissão Política Distrital do PSD e, mais tarde, pela cúpula do partido.
Na carta, José Estevens lança críticas a Passos Coelho, mas, principalmente, a Francisco Amaral, que mereceu, agora, a preferência do partido, a nível regional e nacional. Afirma, por exemplo, que o perfil do presidente da Câmara de Castro Marim «fica a anos luz do recortado na linha de orientação estratégica enunciada pelo partido [para as Autárquicas 2017]» e que o atual edil castromarinense demonstrou, «por demais, a sua incapacidade para executar as políticas conducentes à obtenção dos objetivos elencados para os territórios de governança PSD».
Na carta, também são mencionados alguns argumentos que levaram à retirada de confiança política ao presidente de Câmara por parte do PSD/Castro Marim, que alega que o atual edil de ter cortado com os militantes locais do PSD e procurado «apoios noutros campos».
Francisco Amaral, na altura, não se mostrou preocupado com a retirada do apoio da concelhia, pois acreditava que teria o apoio do partido a nível distrital e nacional, o que acabou por se confirmar.